Infelizmente, muitas mulheres tem histórias pessoais de assédio para contar, e a apresentadora Angélica é uma delas. Durante uma entrevista para a revista Marie Claire, a esposa de Luciano Huck relembrou um episódio desagradável que aconteceu aos 18 anos, e ainda falou sobre pautas polêmicas como legalização da maconha, aborto e feminismo. Além disso, a estrela deu detalhes sobre o pesadelo que viveu com o acidente de seu filho Benício.
Angélica mal tinha saído da adolescência, quando um homem conhecido dos seus pais apareceu no hotel que a família estava em Nova Iorque e tentou atacá-la. “Estava com uma cara de louco, dizendo que queria conversar. Neguei. Entrei numa limusine, ele veio atrás. Tentou me agarrar à força. Empurrei, bati nele e saí do carro. Demorei a perceber o que aconteceu. Foi uma situação bem escrota, deu pra sentir como deve ser difícil quando você não tem força para reagir”, revelou.
Questionada pela publicação se é feminista, Angélica confirmou que sim, mas tem algumas ressalvas sobre o que acredita a respeito do movimento. “Todas deveríamos ser. Mas tem que botar o sentido correto da palavra. O feminismo que acredito luta pelos direitos iguais, não é contra os homens. A culpa não é só deles. Nós mulheres criamos filhos machistas. A reeducação leva tempo. Às vezes tem que ser um pouco radical para que isso aconteça”, analisou.
Ainda sobre o universo da mulher, a apresentadora falou sobre o que achava da legalização do aborto no país. “É complicado implantar uma lei tão polêmica no Brasil por causa da falta de educação. As pessoas não têm acesso à comida. É difícil exigir que entendam isso porque esbarra em religião e coisas profundas. Não posso dizer que sou a favor porque vou afrontar muita gente. Agora tem que criar uma lei específica para casos como estupro. A saúde também precisa ajudar. Aborto clandestino é o que mais acontece e mata gente”, ressaltou.
Do ponto de vista pessoal, a loira ponderou um pouco mais sobre o assunto. “Temos que começar fazendo valer a lei, de que se a mulher foi estuprada, tem direito ao aborto. Mas acho que podia ampliar um pouco, sim. Deveríamos ter políticas de saúde melhores para que isso não precisasse acontecer. Se ela decidiu isso, não foi porque quis engravidar. Religiosamente é muito complicado, do ponto de vista energético está errado. E a mulher tem que ter o direito de escolher. Eu acho”, refletiu.
Já sobre a legalização da maconha, Angélica foi enfática em sua resposta negativa, mas argumentou que falta uma “longa estrada” para o país percorrer até chegar à esse ponto: “Esse é outro tema que precisa de debate. Se tiver um projeto de lei provando que vai melhorar a criminalidade, falarei ‘é verdade, pode funcionar’. Em muitos países funciona, inclusive. Mas no Brasil, como está, outras coisas têm que acontecer antes”.
Em junho deste ano, Angélica e Luciano Huck viveram momentos difíceis, após o filho do meio, Benício, sofrer um grave acidente enquanto praticava wakeboard em Angra dos Reis. “Ele voltou para o barco e eu desci para ver o que tinha acontecido. Ele mesmo tinha buscado gelo, superconsciente. Quando passei a mão na cabeça dele, afundou. Não tinha sangue, mas entendi que era grave. Aí, cara, foi um desespero. Estávamos no meio do mar, escurecendo, sem sinal de telefone, que funcionou para uma única ligação, a do médico. Voltamos para o Rio”, relembrou.
Já no hospital, a apresentadora não conteve os ânimos ao ver um de seus herdeiros entrando na sala de cirurgia. “Fui até a entrada do centro cirúrgico com o Benício, sem saber como ele voltaria. Quando fecharam a porta, eu gritava que nem um bicho. Os médicos começaram a falar alto para ele não me escutar. A sensação é de cortar a própria carne. Fiquei de joelhos rezando o tempo todo. Foi um milagre enorme: em dois dias ele saiu do CTI, em quatro estava em casa”, contou, acrescentando que atualmente o garoto está 100% bem.
Durante o período no hospital, Angélica nem sequer cogitou em se despedir para sempre do filho, mas depois que o susto passou, a possibilidade a assustou muito. “Tinha tanta fé e estava tão focada em rezar que não concebia a ideia de perdê-lo. Não pensei isso, queria que ele saísse bem daquilo. Foi quando ele viajou com a escola, dois meses depois do acidente, que caiu a ficha. Entrei no quarto e a cama dele estava vazia. Comecei a chorar muito”, recordou.