Emicida x Fióti: rompimento de parceria vira disputa judicial entre os irmãos; saiba detalhes

Artistas anunciaram o fim da parceria na semana passada

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O fim da parceria entre Emicida e Fióti não se limitou a um rompimento profissional. O encerramento da colaboração entre os irmãos, que fundaram juntos a Laboratório Fantasma em 2009, evoluiu para um conflito judicial com acusações graves, conforme divulgado primeiramente pelo portal Léo Dias. Um processo ao qual o hugogloss.com teve acesso corre em segredo de Justiça e envolve disputas societárias e alegações de descumprimento contratual.

A separação formal entre os dois foi comunicada ao público na última sexta-feira (28). Em nota breve, Emicida informou que “a partir desta data, Evandro Roque de Oliveira (Fióti) não representa mais os interesses da carreira artística de Leandro Roque de Oliveira (Emicida)”.

Fióti, por sua vez, divulgou um texto mais extenso, afirmando que pretende focar na carreira musical e em consultoria estratégica para outros artistas. Ele também agradeceu à mãe, Dona Jacira, e pediu respeito neste momento. Desde então, os dois pararam de se seguir nas redes sociais, e fãs notaram que até a matriarca da família não acompanha mais o perfil de Emicida.

O que não havia sido revelado nos comunicados foi que a dissolução da parceria se deu, inicialmente, em novembro de 2024, quando Emicida teria pedido o desligamento de Fióti do quadro societário da Laboratório Fantasma. A ação aponta que Emicida revogou, sem aviso prévio, a procuração do irmão, bloqueou seu acesso a contas bancárias — inclusive de empresas em que Fióti figura como único sócio — e enviou comunicados aos funcionários informando que ele não respondia mais por nenhum ato de gestão.

No processo, Fióti pede, em caráter de urgência, que a Justiça impeça movimentações financeiras nas contas da empresa sem a assinatura dos dois sócios e que nenhum novo contrato seja firmado sem o consentimento de ambos. Ele também solicita que Emicida não se apresente como único dono da Laboratório Fantasma e que os valores disponíveis fiquem preservados até a prestação de contas. A petição alega risco de dano grave e irreversível.

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A defesa de Emicida sustenta que, desde a fundação da empresa, ele sempre foi detentor da maior parte da sociedade, com 90% das cotas, enquanto o irmão teria os 10% restantes. Até o momento, ele não divulgou uma nota oficial sobre o processo. Procurados pelo hugoglos.com, Emicida e Evandro não responderam até o fechamento desta matéria, mas o canal segue aberto.

Criada na Zona Norte de São Paulo como um projeto afro-empreendedor, a Laboratório Fantasma cresceu para além da música, expandindo suas atividades para a moda, produção cultural e eventos. A empresa é responsável por projetos relevantes da cena contemporânea, incluindo parcerias com Criolo, Boogarins, Caetano Veloso, além da realização do premiado álbum AmarElo, que rendeu à dupla um Grammy Latino em 2020.

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