A ex-assistente de Robert De Niro, Graham Chase Robinson, testemunhou contra o ator na batalha judicial entre os dois. Graham está processando De Niro e sua produtora, a Canal Productions, em US$ 12 milhões (R$ 59 milhões) por supostas violações da Lei de Direitos Humanos da cidade de Nova York e discriminação de gênero. Já o astro de Hollywood também abriu uma ação de US$ 6 milhões (R$ 29 milhões) contra a ex-funcionária, acusando-a de gastos indevidos e de assistir TV compulsivamente durante o horário de trabalho.
Na quinta-feira (2), Graham testemunhou em um tribunal federal e descreveu seu tempo trabalhando para De Niro e sua empresa entre 2008 e 2019. No processo, ela alegou que o ator a tratava como uma “esposa de escritório” e lhe dava tarefas de gênero, como consertar suas roupas, passar aspirador em seu apartamento e coçar suas costas. Ela ainda afirmou que De Niro a chamava de “vadia” e “pirralha” e que um funcionário do sexo masculino, cujo trabalho era de igualdade com o dela, recebia um salário mais alto.
Ela descreveu que De Niro lhe pediu para coçar as costas duas ou três vezes nos anos anteriores à sua demissão. Porém, quando Graham sugeriu que ele usasse um coçador de costas, ele teria dito: “Gosto do jeito que você faz isso”. Para a mulher, os pedidos do ator eram “assustadores” e “nojentos”.
De Niro, por sua vez, negou as acusações, dizendo, por meio de seus advogados, que quando Graham foi promovida a vice-presidente em 2017, suas funções de coordenar sua vida pessoal e profissional permaneceram as mesmas. A equipe do artista processou a ex-assistente, alegando que ela usou indevidamente fundos da empresa para despesas pessoais, viu Netflix no horário comercial e transferiu US$ 450 mil (R$ 2,2 milhões) em milhas aéreas para sua própria conta.
Além de se opor ao depoimento do ex-chefe, Graham garantiu que o próprio ator permitiu que ela transferisse as milhas para sua conta, ao invés de receber o aumento de US$ 24 mil (R$ 118 mil) que ela havia solicitado. A mulher ainda alegou que ela e De Niro tinham uma política de que não havia limite para o uso de milhas.
Segundo Graham, Tiffany Chen, namorada de De Niro, teria influenciado a demissão. Em seu depoimento, Tiffany confirmou que não gostava da funcionária e expressou a De Niro que tinha problemas para trabalhar com ela na preparação da mudança do casal para uma nova residência. A versão de Graham revela que ela foi contra o projeto de uma casa geminada, mas que o ator insistiu em sua participação porque “era uma boa habilidade para ela ter”. Contudo, Graham afirmou que o projeto estava fora de suas responsabilidades profissionais. Ela também disse que queria começar uma carreira em produção e não achava que poderia continuar trabalhando para De Niro e atingir esse objetivo ao mesmo tempo.
A mulher foi removida do projeto, mas De Niro negou que Chen tenha feito qualquer tipo de exigência para isso. Após o fim da parceria, Graham pediu dois anos de indenização, uma carta de recomendação e uma reunião com De Niro. Ela disse que deu um aviso prévio com mais de dois meses de antecedência e que seu último dia foi em dezembro de 2018, mas De Niro solicitou que ela continuasse trabalhando até o Natal de 2019 para ajudar na compra de presentes. Graham ainda apontou que o artista se gabava do prestígio de sua recomendação e, sem isso, ela temia que ele pudesse “destruir” sua carreira. O julgamento deve continuar até o dia 10 de novembro.
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