Na manhã dessa segunda (1º), a atriz Evan Rachel Wood revelou pela primeira vez o nome do agressor responsável pelos abusos relatados por ela em uma audiência na Justiça Americana, no início de 2018: Brian Warner, mais conhecido como o cantor Marilyn Manson. Além da atriz, outras quatro mulheres se pronunciaram contra o cantor, que hoje (02) quebrou o silêncio pela primeira vez, desde o início da polêmica com as ex-namoradas.
Em resposta às acusações de Wood, com quem manteve um relacionamento por pelo menos três anos e que quase resultou em casamento, Manson alegou que a história da atriz apresenta uma “distorção da realidade”. “Obviamente, minha vida e minha arte são, há anos, imãs para controvérsia, mas essas recentes declarações a meu respeito são distorções horríveis da realidade”, disse o cantor.
“Meus relacionamentos íntimos sempre foram completamente consensuais, com pessoas que pensavam como eu. Independente de como – e por que – outros estão escolhendo deturpar o passado agora, essa é a verdade”, insistiu Manson. Confira:
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Consequências das acusações reverberam na carreira de Manson
Apesar de seu pronunciamento, as acusações contra o roqueiro já começam a refletir em sua carreira. Pouco após a publicação dos depoimentos de Evan e outras quatro vítimas sobre abuso sexual e psicológico, a gravadora Loma Vista Recordings cancelou o contrato que tinha com Manson. A informação foi divulgada em nota publicada no perfil oficial da produtora no Instagram, na tarde de ontem.
A Loma Vista declarou ainda em seu perfil que não irá mais promover o atual álbum de Marilyn Manson. “À luz das alegações perturbadoras de Evan Rachel Wood e outras mulheres nomeando Marilyn Manson como seu agressor, a Loma Vista deixará de promover seu álbum atual, com efeito imediato”, diz o comunicado. “Devido a esses desenvolvimentos preocupantes, também decidimos não trabalhar com Marilyn Manson em quaisquer projetos futuros”, finalizou.
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Declarações contra o cantor se tornam caso de polícia
A seriedade das acusações foi tão grande, que o contrato de gravação perdido é apenas um dos problemas de Manson – de acordo com nova publicação da atriz Evan Rachel Wood, suas acusações podem gerar, muito em breve, uma investigação do FBI contra o roqueiro.
Na imagem divulgada por Wood na manhã dessa terça (02), é possível ver uma carta escrita pela senadora Susan Rubio, do estado da Califórnia, para o Promotor-Geral dos Estados Unidos, Monty Wilkinson e, também, para o diretor do FBI, Christopher Wray. No texto, a senadora pede a abertura de um inquérito oficial contra Manson.
“Como sobrevivente de violência doméstica que agora advoga por outras vítimas no meu papel de legisladora estadual pela Califórnia, eu compartilho com elas o trauma do controle emocional, psicológico e físico nas mãos de um abusador. As vítimas são frequentemente isoladas de seus entes queridos, o que faz com que seja muito mais difícil escapar ou denunciar. Quando o fazem, elas são normalmente desacreditadas e ameaçadas”, escreveu Susan.
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Ao longo da carta, a política e advogada afirma ter ficado “especialmente alarmada” ao ouvir detalhes dos abusos descritos por Wood e as demais vítimas de Manson – todos os casos teriam ocorrido na Califórnia. “Se isso for verdade, e uma investigação não for realizada, estaremos falhando com as vítimas e permitindo que um criminoso continue abusando de outras pessoas. Isso não pode acontecer”, completou Rubio.
Ex-atriz pornô se pronuncia contra o cantor
Além de Rachel Wood e as quatro vítimas que se manifestaram ontem, a ex-atriz pornô Jenna Jameson veio à público para se posicionar contra o cantor. Os dois teriam se envolvido ainda em 1997 e Jameson, que agora utiliza o nome do marido, Leon Bitton, revelou detalhes perturbadores do caso com o roqueiro ao tabloide britânico Daily Mail.
Segundo Jenna, Marilyn Manson fantasiava sobre queimá-la viva e ‘gostava de morder’ durante o sexo. Ao contrário de algumas das experiências de outras ex-namorados de Manson, a atriz o deixou antes que ele pudesse causar muitos danos. “Nosso relacionamento era estranho. Não saímos muito porque eu o cortei depois que ele disse que fantasiava em me queimar viva. Sexualmente, ele gostava de morder e era desconcertante”, disse ela ao veículo.
Bitton conheceu a estrela do rock e suposto estuprador na estreia do filme adulto de Howard Stern, “Private Parts”, de 1997, no qual ela teve um pequeno papel. Segundo a ex-atriz pornô, ela era casa na época, mas estava infeliz no relacionamento, por isso começou um caso com Manson.
“Quanto mais eu o conhecia, mais estranho ele se tornava. Ele falava sobre querer ver garotas f*dendo membros protéticos ou chupar a bunda de Twiggy [colega de banda do Manson]”, disse a ex-namorada de Manson. “Eu nunca seria capaz de dizer até que ponto ele estava brincando e até que ponto ele estava falando sério”, afirmou.
Ainda segundo ela, o apetite sexual do roqueiro era extremo demais. “E ele queria me f*der demais para meu agrado. Toda vez que estávamos nus, ele ia atrás da minha bunda como um rato no queijo”, disse Bitton, que se aposentou do pornô em 2008 e agora mora no Havaí.
Jenna ainda revelou ao jornal que só decidiu contar sobre Manson em sua biografia depois que o cantor se gabou do caso entre os dois no programa de rádio de Howard Stern. “Fui muito discreta sobre o caso”, disse Bitton. “No entanto, assim que nossas fotos de paparazzi chegaram à imprensa, Howard Stern estava no telefone perguntando sobre isso. Neguei tudo no ar e disse a ele que éramos apenas amigos. Mas no dia seguinte Manson estava em seu programa, tagarelando sobre a coisa toda. Eu nunca imaginei que ele fosse o tipo que beijava e contava”, lamentou ela.
Ela acrescentou que, embora Manson não tenha feito nada com ela sem seu consentimento, ela rapidamente o abandonou assim que ele expressou seus desejos distorcidos. “Depois que ele começou a falar comigo violentamente, eu fiquei tipo… ‘adeus Brian’. Além disso, os hematomas dele me mordendo não eram divertidos”, finalizou Jenna.