Valentina Schmidt contou o principal motivo de trancar a sua antiga faculdade. Segundo a jovem de 21 anos, que é abertamente queer, os ataques de homofobia feitos por seus professores a fizeram abandonar o curso de Comunicação.
Em entrevista ao jornal “O Globo”, a filha de Tadeu Schmidt revelou que eram feitos comentários negativos até mesmo sobre o seu pai. “Tive alguns professores que me desencorajaram. Uma em especial fazia vários comentários homofóbicos sobre mim e também comentários ofensivos sobre o meu pai. Pensei: ‘Não vou ficar em um ambiente em que não me sinto bem-vinda’. Ainda mais porque eu estava encontrando outra paixão, que é o teatro. Não me arrependo de nada nessa minha jornada”, disse ela, que atualmente estuda Artes Cênicas.
Valentina explicou que os problemas na faculdade começaram depois de ela fazer uma publicação no Instagram sobre o mês do orgulho LGBTQIA+. No post, a menina se assumiu queer, cuja identidade de gênero ou orientação sexual não corresponde aos padrões heterossexuais e transita entre os gêneros. A declaração também repercutiu nas redes sociais.
“Quando me assumi, isso gerou um alvoroço gigantesco. Entendi que, por conta da visibilidade que eu ganhei por ser filha do meu pai, isso ia acabar estourando. Mas desde que eu postei, vi gente falando que fiz isso para chamar a atenção. Eu jamais faria isso. Fiz porque finalmente estava confortável comigo mesma e queria mostrar para o mundo que tenho orgulho de ser quem eu sou”, afirmou.
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Apesar da repercussão atrair mensagens de apoio, muitas pessoas destilaram ódio em sua declaração. Valentina, porém, disse não ligar para esses comentários negativos: “Se fosse há alguns anos, eu ficaria muito abalada com os comentários que vejo na internet, mas hoje em dia não me abala. Eu sofri bullying na escola por muito tempo e já lidei com todo tipo de comentário negativo. Se eu consegui lidar com isso, então não tenho medo. Tem comentários me atacando quase todo dia. Eu fico chateada com o que escrevem, sim, mas não deixo isso me abalar nem atingir as pessoas que eu amo”.
A jovem acrescentou que, por conta do bullying, também teve que mudar de escola no Ensino Médio. “Chegou a um ponto em que eu não aguentava mais. Nunca aceitei injustiça e sempre me posicionava. As pessoas me zoavam por isso e também pela forma excêntrica com que eu me vestia. Sempre gostei muito de moda e usava coisas que nem sempre correspondem à moda heteronormativa”, relatou ela.
Por fim, Valentina contou que ela e sua irmã Laura, frutos do relacionamento de Tadeu e Ana Cristina, mudaram algumas atitudes e perspectivas na vida após o pai assumir o comando do “BBB“. “Eu e minha irmã começamos a nos proteger, porque você nunca sabe se uma pessoa que está se aproximando de você está realmente interessada ou é só interesseira. Também penso várias vezes antes de postar algo nas redes sociais. Considerando de quem eu sou filha, qualquer coisa que eu falar pode gerar uma polêmica. Tomo muito cuidado porque prezo muita pela forma como meu pai é visto pelo Brasil”, disse.
