Gabriel Costa, filho de Gal Costa, entrou na Justiça com um pedido para que o corpo da cantora seja exumado e passe por uma necrópsia. Segundo informações de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, o estudante deseja que a causa da morte da mãe seja esclarecida de forma definitiva.
A petição, assinada pelas advogadas Luci Vieira Nunes e Mariana Athaíde, foi apresentada nesta quarta-feira (13). Gabriel ainda pede que os restos mortais de Gal sejam transladados de São Paulo para o cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro. O jovem quer que a artista seja enterrada ao lado da mãe dela, Mariah Costa Penna, num jazigo comprado pela própria cantora.
Segundo a colunista, a ideia é que mãe e filha sejam colocadas juntas depois da morte, assim como havia sido solicitado por Gal. As duas eram muito próximas, por isso, o fato da cantora ter sido enterrada no Cemitério da Ordem Terceira do Carmo, na Consolação, causou revolta entre os amigos mais íntimos dela.
A decisão foi de Wilma Petrillo, que viveu ao lado da cantora por cerca de 20 anos. Na época, Gabriel era menor de idade e não pôde interferir nos trâmites. Hoje, aos 18 anos, ele questiona na Justiça, as afirmações de Petrillo de ser viúva da artista e a fração que ela reivindica do patrimônio de Gal.
A cantora morreu em novembro de 2022, aos 77 anos. Em sua certidão de óbito, a causa da morte aparece como infarto agudo do miocárdio. Além disso, o documento informa que Gal já estava doente, com câncer de cabeça e pescoço. Ainda segundo Bergamo, Gabriel não foi o único a reclamar do local do enterro. Paulinho Lima, que atuou como empresário da artista, também falou sobre o assunto na época do falecimento.
“Gal Costa comprou um jazigo perpétuo no cemitério São João Batista no Rio de Janeiro, quando faleceu sua mãe. Neste cemitério, estão sepultados Carmen Miranda, Ary Barroso, Dorival Caymmi, Vinicius de Moraes, Cazuza, Glauber e Anecy Rocha, os membros da Academia Brasileira e a maioria dos grandes artistas e personalidades do nosso país. Gal, intuitiva como era, até isso deve ter previsto“, expressou ele.
“Não é justo que seja sepultada num jazigo que não é seu e que seja dificultada a chegada de seus fãs e amigos para homenagens e despedidas finais. Por que isso tudo está acontecendo? Quem deseja apagar e esconder essa pessoa amada por tantos? O que há por trás de tudo isso?“, questionou.
Ainda, Luci Vieira Nunes, advogada de Gabriel argumentou à colunista sobre o desejo de Gal em ser enterrada ao lado da mãe, e que isso deve ser respeitado. “Como é sabido, antes mesmo do nascimento e até a morte, a pessoa humana goza da garantia do direito da personalidade. Em caso de falecimento, subsiste a manifestação de última vontade expressada pela pessoa quando em vida, como é o caso do testamento e de disposição de última vontade acerca do sepultamento“, declarou.
“Gal Costa, legitimamente, amparada no direito da personalidade e na proteção que a lei confere a todo indivíduo, deixou claro para amigos e familiares o seu último desejo de ser sepultada juntamente com sua mãe no Cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, cidade onde viveu por longos anos, apesar de seu apreço pela cidade de São Paulo, onde foi sepultada, como também pela cidade de Salvador (Bahia), sua terra natal“, continuou a advogada.
“A lei legitima o familiar mais próximo, no caso o filho único da cantora, a atuar em favor dos interesses deixados por ela, e diante da notória e pública manifestação sobre a destinação de seu corpo após a morte, somente seu filho Gabriel tem legitimidade para exercer o direito ao cadáver de sua mãe“, concluiu Luci.