Filhos de Cid Moreira acusam madrasta de manipular patrimônio milionário e assinatura do jornalista em testamento; assista

Rodrigo e Roger Moreira contrataram um perito particular que analisou dezenas de assinaturas atribuídas a Cid Moreira

Os filhos de Cid Moreira contestaram o testamento e alegaram a falsificação de assinaturas. Eles contratam um perito, que apontou indícios de fraude e incapacidade cognitiva do jornalista. Rodrigo e Roger processam a viúva, Fátima Moreira, por desvio de bens e cárcere privado.

Os filhos de Cid Moreira (1927 – 2024), Rodrigo e Roger, alegaram que as assinaturas do testamento do jornalista são falsas. Ao “Domingo Espetacular” deste domingo (17), os dois falaram sobre a contratação de um perito após desconfianças no documento, incluindo sobre a postura de Fátima Moreira, viúva do comunicador.

Ao dominical, o perito grafotécnico Cláudio da Silva explicou que analisou dezenas de assinaturas atribuídas a Cid em outros documentos. Uma delas foi de quando o apresentador tinha 92 anos, e outra quando estava com 96.

No laudo, o perito atestou “tremores e oscilações não naturais”, além de “alteração no fluxo e na pressão do traço”, o que destoa do “padrão histórico de assinaturas”. Ele destacou que as assinaturas não parecem ter sido feitas pela mesma pessoa.

“A assinatura com 93 anos de idade, aproximadamente, possuía senilidade, tremores. Já a assinatura três anos depois no testamento não possuía qualquer anomalia. Bem provável que aquela assinatura não possa ser do cunho escriturário”, disse Cláudio.

Para o profissional, “há fortes indícios de que o testador não detinha plena capacidade motora e cognitiva na data do ato”. “Bem provável que aquela assinatura não possa ser dele”, completou o perito.

Perito analisou diferentes assinaturas de Cid Moreira (Foto: Reprodução/Record TV)

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O advogado Pedro Iokoi descreveu como o caso pode prosseguir na Justiça. “A parte que identificou um documento eventualmente falsificado, pode requerer e encaminhar para que a autoridade policial apure essa falsidade documental. E isso vai ser apurado não por um perito particular, mas por uma instituto de criminalística que tem profissionais para fazer essa identificação”, pontuou.

Agora, o advogado de Rodrigo e Roger vai anexar o laudo nos autos do processo contra Fátima e aguardar a decisão da Justiça. Após serem deserdados pelo pai, eles também adicionaram outra ação pedindo que o testamento de Cid seja anulado. A defesa de Fátima, por sua vez, negou qualquer irregularidade no documento.

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Relação conturbada com os filhos

“A Fátima quer tudo pra ela, e eu não acho certo isso (…) Eu não entendo por que ele quis me deserdar, não dei motivo nenhum pra isso. Eu sempre procurei me aproximar dele. Pedia pra minha tia que já faleceu, pedia pra pessoas que estavam em torno dele. Mas ele sempre negava”, admitiu Rodrigo.

Porém, o documento constatou que a motivação do jornalista foi um processo movido pelo próprio filho, pedindo R$ 1 milhão por danos morais. Moreira alegou, ainda, que precisou procurar tratamento médico devido às injúrias sofridas. Na ação, em que acabou perdendo, Rodrigo denunciava a ausência paterna.

Filhos de Cid movem processo contra viúva do pai (Foto: Reprodução/Record TV)

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Já Roger foi adotado por Cid ao 25 anos, quando o veterano da TV se separou da mãe de Rodrigo. “O Cid me adorou, queria que eu ficasse com ele. Tanto que ele me chamava de carregador de mala, porque eu ficava atrás dele 24 horas por dia”, recordou. O caçula também abordou o abuso sexual que diz ter sofrido do pai, ao longo de 9 anos.

“Às vezes, ele botava a mão em mim. Eu tinha certo medo que isso pudesse evoluir, mas isso nunca evoluiu”, garantiu ele. No testamento, Cid classificou a acusação como “absolutamente inverídica”, e afirmou que deixou o patrimônio, estimado em R$ 60 milhões, exclusivamente para a viúva.

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Os irmãos, por sua vez, acusam Fátima de desvio de patrimônio, de comercializar 11 dos 18 imóveis de Moreira, e cárcere privado quando o comunicador ainda era vivo. Eles alegaram, ainda, que o pai não tinha mais condições de cuidar dos bens materiais, algo desmentido pela defesa da viúva.

“Ela afastou todas as pessoas que eram conhecidas e antigas. [A herança] não era algo que eu fiquei almejando a minha vida toda. Tanto que eu fui viver a minha vida“, alegou Roger. “O nosso processo era para defender ele da Fátima. Porque era ele quem estava sendo coagido e em cárcere privado. Agora é esperar a Justiça decidir”, acrescentou Rodrigo.

Assista à íntegra:

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