Fióti revela crise antiga com Emicida, faz exposed de bastidores e lamenta ‘ataque desproporcional’ do irmão; assista

Ao “Fantástico”, Evandro Fióti reafirmou que o irmão foi avisado sobre transferências

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Evandro Fióti revelou que o processo judicial é o desdobramento de uma briga antiga com Emicida. Em entrevista ao “Fantástico” deste domingo (6), o rapper afirmou que houve uma tentativa do irmão de expulsá-lo da Laboratório Fantasma e que a reação do mesmo foi desproporcional diante da relação deles.

Eu acredito que a gente construiu coisas muito relevantes, mas chega um momento que isso se esgotou“, disse Fióti. O caso só veio à tona em março, após Emicida acusar o irmão de saques indevidos no valor de R$ 6 milhões sem comunicá-lo. Contudo, o artista afirmou que o distanciamento já estava acontecendo há anos. “Quando eu percebi que existia um distanciamento entre nós, foi ali mais ou menos entre 2017 e 2018“, explicou.

Em dezembro de 2024, eles firmaram um acordo para repartir os bens. Fióti continuou na gestão, mas Emicida, sócio majoritário, teria se surpreendido com as transferências. Evandro, por sua vez, afirmou que o irmão foi avisado. “Existe um e-mail dentro dos nossos e-mails institucionais e corporativos, existem evidências disso internamente, do que ele sabia“, garantiu.

Não, não fiz [os saques]. Todas as transferências para ambos os sócios e a divisão de lucros desses 16 anos, sempre foram feitas seguindo os ritos de governança da área administrativa e financeira. Eu não trabalhei de maneira antiética em nenhuma vez da minha vida“, declarou.

Emicida acusa Fióti de desviar R$ 6 milhões da LAB Fantasma. (Foto: Tom Zé/ AgNews)

Na última sexta (4), Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo, divulgou um vídeo que mostra Emicida supostamente autorizando o irmão a transferir os valores. Segundo a colunista, ele disse que seria redigido um contrato de gaveta, concedendo a Fióti 50% dos lucros da empresa – o que permitiria os repasses. Ao “Fantástico”, a defesa do cantor declarou que a gravação foi tirada de contexto.

Em 12 de março, os advogados de Emicida informaram que, como presidente da Laboratório Fantasma, ele revogava os poderes para que Fióti atuasse como procurador da empresa, não podendo mais trabalhar como gestor ou representante do grupo. Para Fióti, houve uma intenção de expulsão. “Senti não, houve uma intenção disso, eu acho que o ataque foi muito desproporcional. Não é porque é só uma relação entre irmãos. Seria desproporcional em qualquer relação“, lamentou.

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Criada em 2010, a Laboratório Fantasma agencia a carreira de Emicida. Pelo contrato, cada um tinha 50% da empresa. Em 2014, uma alteração contratual deu a Emicida 90% da empresa principal, e Fióti passou a ter apenas os 10% restantes. A administração foi a cargo de Emicida e os sócios poderiam, em comum acordo, fazer uma retirada mensal, como um salário.

Dinheiro nunca foi o que me mobilizou. Desde a época que eu era servente de pedreiro, desde a época que eu fui líder em uma rede de fast-food. O que me mobiliza é o que quero construir. E na Laboratório Fantasma nunca foi diferente disso“, afirmou. Para Fióti, a ascensão econômica foi um obstáculo. “O que eu percebi foi que este lugar da ascensão econômica, a gente não foi preparado para que isso traria no que a gente deveria mudar individualmente na nossa vida“, refletiu.

Emicida e Fióti travam uma batalha judicial. (Foto: Globo/Divulgação)

Na entrevista ao dominical, ele ainda admitiu sentir falta do irmão quando ambos iniciaram o projeto. “Eu tenho muita saudade do Leandro que se emocionava quando eu tocava violão. Aquela foi a energia que possibilitou que a nossa família construísse uma empresa para impulsionar os nossos sonhos“, relembrou.

Por fim, falou sobre a imparcialidade da mãe, dona Jacira. “Não tem como ela escolher um lado, mas ela tem a compreensão do que aconteceu. Ela confia em mim e no Leandro também“, declarou. “Eu espero que amanhã, segunda-feira, a gente consiga, primeiro de tudo resolver isso dentro de casa, com os poderes reestabelecidos em uma sociedade que é 50% e 50%. Conosco conduzindo esta situação com ética, de boa-fé juntos, de profissionais de advocacia que respeitem o que é um patrimônio construído com suor, sangue, história e legado negro“, concluiu Fióti.

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Emicida se pronunciou

Emicida não gravou entrevista, mas enviou uma nota em que afirma que foi surpreendido pelo processo judicial proposto pelo irmão enquanto eles negociavam amistosamente as mudanças no trabalho. Ele reforçou que a Justiça negou duas vezes os pedidos feitos por Fióti e que mesmo as alegadas provas do irmão sendo apresentadas nos autos, a Justiça não viu fundamento.

Estou muito triste de ter que passar por tudo isso. Não quero e não vou espetacularizar essa situação, minha família, que eu amo tanto. Peço que meus fãs, amigos e parceiros compreendam este momento difícil. Deixarei que os advogados tratem do assunto daqui pra frente e torço para que nada disse precise continuar acontecendo“, diz na nota.

Assista à reportagem completa:

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