Gianecchini revela ter desenvolvido doença autoimune em ensaio para musical: ‘Foi paralisando as pernas’; assista

Ator também abordou as críticas que recebeu ao viver drag queen no musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”

Reynaldo Gianecchini tem brilhado nos palcos como a drag queen Mitzi/Tick no musical “Priscilla, a Rainha do Deserto”. O ator, porém, recordou o processo doloroso durante os ensaios, quando desenvolveu uma doença autoimune chamada Guillain Barré. No “PodDelas” desta terça-feira (11), ele disse que teve seus movimentos afetados pela condição e precisou até ser hospitalizado.

No papo, Gianecchini admitiu o medo que teve ao sair de sua zona de conforto. “Não pensei em desistir, mas o desconforto é tão grande de lidar com os seus medos, que tem um lado seu que quer sair correndo. Eu desenvolvi até uma doença autoimune muito louca que foi me paralisando as mãos, as pernas”, afirmou.

“Eu tive uma coisa que chama Guillain Barré, que é uma doença autoimune, que seu próprio sistema imunológico ataca os seus nervos e vai te paralisando”, explicou o ator. “Então, assim, hoje em dia estar em [cima de] um palco é um milagre. Foi agora, no meio dos ensaios”, acrescentou.

Em seguida, Reynaldo contou como descobriu a condição. “Começou a formigar tudo e eu falei: ‘Cara, acho que é psicológico, meu nervosismo, pânico’. Comecei a achar que era isso, mas eu nunca tive pânico. Achei que era isso até o dia que eu não consegui mais levantar da cama. Eu já estava caindo, sem equilíbrio”, recordou ele.

Reynaldo Gianecchini revelou ter desenvolvido uma doença autoimune chamada Guillain Barré (Foto: Reprodução/Youtube)

Continua depois da Publicidade

O artista, então, precisou se consultar com um neurologista para buscar o tratamento adequado. “Ele falou pra fazer os exames e já me internou, já comecei o tratamento. Eu falei: ‘Preciso ficar pronto amanhã’, e ele disse que não ia. [O médico falou]: ‘Depois que você sarar disso, o corpo vai ter que aprender a andar de novo, igual criança'”, esclareceu.

Apesar da doença, Gianecchini celebrou a melhora no quadro. “Eu tive que fazer uma pausa minúscula, continuei indo aos ensaios, só assistindo e fui tentando recuperar. Muita fisioterapia, três vezes ao dia. E hoje em dia, estou dançando num salto 15 no palco. Para mim é uma vitória e uma superação”, confessou ele.

De acordo com o Ministério da Saúde, a síndrome de Guillain Barré é um distúrbio autoimune, ou seja, o sistema imunológico do próprio organismo ataca parte do sistema nervoso, que são os nervos que conectam o cérebro com outras partes do corpo. Geralmente, ele é provocado por um processo infeccioso anterior e manifesta fraqueza muscular, com redução ou ausência de reflexos.

Assista:

Continua depois da Publicidade

Viver drag queen em peça e críticas

No podcast, Reynaldo Gianecchini também refletiu sobre se aventurar no musical em que vive uma drag queen. “Fazer musical pra mim é muito novo, é o primeiro que eu faço. Eu sempre quis, acompanho muito o mundo musical, mas sempre tive um ‘cagaço’ em fazer. Eu recebi o convite, e acho que é um papel muito bom pra eu iniciar no musical”, admitiu.

Em seguida, o artista deu mais detalhes sobre sua personagem. “Somos três drag queens. Mas a minha é uma drag das antigas, que não precisa ser uma virtuosa no canto e na dança. Ela é mais focada na dramaturgia mesmo. O personagem tem um filho e não consegue ainda se assumir drag ou gay. E ele faz essa jornada bonita de reconhecimento. Eu banquei com muita coragem, mas tive pânico. Eu fiquei muito intimidado neste mundo, onde todo mundo já é tão colocado e preparado”, ponderou.

“Eu comecei a me preparar muito, mas, mesmo assim, me senti intimidado. E hoje em dia, eu me sinto muito feliz de estar lá, confortável, eu fui muito bem acolhido”, completou Gianecchini, referindo-se aos bastidores. Ele ainda abordou as críticas que recebeu desde que aceitou o papel.

Reynaldo Gianecchini como a drag queen Mitzi/Tick no musical “Priscilla, a Rainha do Deserto” (Foto: Pedro Dimitrow)

“Passei por um processo de entender muito o meu valor. Porque, assim, quando a gente é colocado em prova, tem muita gente pra falar: ‘Ah, você não é bom’, isso é o que mais tem. E antes de estrear, eu fui completamente bombardeado, ‘gongado’ de cara, quando anunciaram que eu ia fazer o musical. Então já tem uma galera me criticando muito antes de ver o meu trabalho. É um preconceito no geral. Fui ‘gongado’ pelos homofóbicos, pela turma do musical e da comunidade LGBTQIAP+. As pessoas não conseguem enxergar o seu trabalho artístico”, analisou.

“É uma p*ta de uma injustiça, porque eu já me assumi pansexual. Mas tem uma galera dentro da comunidade que não acolhe. Isso eu tenho falado, a comunidade quer acolhimento, quer respeito, mas tem uma parcela dentro dela que não é respeitada. Eu me senti bastante agredido, até. Eu fui estrear [o musical] com uma torcida gigante contra. Então se eu não tivesse o meu foco, de não me preocupar com o que vão pensar de mim, não conseguiria”, concluiu Gianecchini. Veja:

Continua depois da Publicidade

Assista ao episódio completo:

Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques