Um dos maiores nomes do telejornalismo brasileiro, Glória Maria morreu nesta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro. No início do ano, ela chegou a ser internada novamente, por conta de um tumor no pulmão. Glória estava afastada do “Globo Repórter”, desde o segundo semestre de 2022, para tratamento do câncer. A causa da morte, no entanto, não foi divulgada. A jornalista deixa duas filhas adolescentes, Maria, de 15 anos, e Laura, de 14.
Com mais de 50 anos de carreira, Gloria foi pioneira na profissão por consecutivas vezes. Foi a primeira a entrar ao vivo e em cores no Jornal Nacional, inaugurou a era da alta definição da televisão brasileira, e mostrou mais de 100 países em suas reportagens.
Glória entrou na Globo em 197o e já no ano seguinte fez sua estreia como repórter. Ela trabalhou no “Jornal Hoje”, no “RJTV” e no “Bom Dia Rio”. Em 1986, passou a integrar a equipe do “Fantástico”, atração que apresentou com grande êxito de 1998 a 2007. Desde 2010, a jornalista podia ser vista no “Globo Repórter”, apresentando e fazendo o que mais gostava: reportagens mundo afora. Glória teve 16 passaportes inteiramente preenchidos com visitas a mais de 160 países.
A notícia do falecimento foi confirmada pela Globo em comunicado. “Em 2019, Glória foi diagnosticada com um câncer de pulmão, tratado com sucesso com imunoterapia. Sofreu metástase no cérebro, tratada em cirurgia, também com êxito inicialmente. Em meados do ano passado, Glória Maria começou uma nova fase do tratamento para combater novas metástases cerebrais que, infelizmente, deixou de fazer efeito nos últimos dias, e Glória morreu esta manhã, no Hospital Copa Star, na Zona Sul do Rio”, afirmou a nota.
Glória Maria se destacou pelas aventuras que encarou durante as reportagens especiais: andou de balão e desceu de bote o Rio Colorado, cruzou o deserto do Saara em um dromedário, pulou do mais alto bungee-jump do mundo em Macau, e cuidou de um panda gigante em Hong Kong. A jornalista também entrevistou grandes nomes como Michael Jackson, Fred Mercury, Madonna, Mick Jagger, Elton John, Usain Bolt e Leonardo DiCaprio.
Após 10 anos no “Fantástico”, ela tirou dois anos de licença para se dedicar a projetos pessoais. Nesse período, ela viajou à Índia e à Nigéria, onde trabalhou como voluntária. Em 2009, após uma passagem pela Bahia, adotou as filhas Maria e Laura. Quando retornou, em 2010, Glória pediu para integrar a equipe do “Globo Repórter” e, em 2019, assumiu a apresentação do programa, ao lado de Sandra Annenberg.
Apesar das adversidades, Glória sempre dizia que não tinha medo e lutou bravamente contra a doença. “Se eu não tivesse descoberto naquele momento, o tumor me mataria em 15 dias. Criou um edema que inflamou e me fez ter uma convulsão. Vivi a primeira bênção porque não me deixou sequelas. Tinha 30%, 40% de chance de sobreviver e 20% de sobreviver sem sequelas. Mas não tive medo. A vida é isso. Você está vivo para passar por todo o tipo de experiência. É que o ser humano tem a tendência de querer viver num mundo cor-de-rosa”, disse ela durante entrevista ao Roda Viva, em março passado.
Deixamos registrados os nossos sentimentos para os familiares, amigos e fãs e Glória Maria.