Gusttavo Lima deu sua primeira entrevista desde que foi envolvido em uma investigação da Polícia Civil de Pernambuco sob suspeita de lavagem de dinheiro e associação criminosa. Em entrevista ao portal Migalhas, o artista expressou sua surpresa e indignação com o caso, e voltou a enfatizar que não tem envolvimento com os crimes apontados.
A acusação se relaciona com a parceria de Lima com a casa de apostas Vai de Bet, para a qual ele foi garoto-propaganda. O cantor explicou que o contrato foi firmado em 2022, e que o acordo foi cumprido integralmente por ambas as partes. “Não sou dono da Vai de Bet, é isso, isso é uma grande loucura, esse achismo de querer me ligar a tudo isso, como se eu fosse o chefe do negócio. Esse tipo de contrato a gente tem com, no mínimo, oito grandes marcas. A gente tem essa parceria e executa parcerias fora do Brasil”, disse o cantor.
Lima também abordou a questão das apostas online, afirmando que, desde o início de sua parceria, sempre destacou aos fãs que jogos de aposta não devem ser encarados como fonte de renda, mas sim como entretenimento. “Eu acho que o governo tem que tomar uma medida protetiva contra isso, estamos falando de educação financeira. Eu sempre falei que jogo não é renda, é diversão. Você não pode achar que vai fazer sua vida naquilo”, disse o cantor, defendendo a regulamentação das apostas no Brasil como forma de proteger tanto os apostadores quanto as empresas envolvidas.
Em relação ao impacto das investigações, o sertanejo afirmou que está colaborando com as autoridades e que todas as informações e documentos necessários já foram fornecidos à Justiça de Pernambuco. “A gente enviou todo o nosso material para a Justiça de Pernambuco. Depois, eu me surpreendo com o pedido de prisão. Quando a polícia foi no nosso escritório, a gente estava na Grécia”, relembrou.
Apesar da situação, ele declarou estar tranquilo quanto ao desenrolar do caso. “Não é justificando, tem que haver justiça. Quando se identifica algo, investigue! Eu estou à disposição das autoridades. Fiquem à vontade. Pode olhar tudo, não tenho nada a esconder”, disse ele. O cantor também criticou o que chamou de perseguição injusta e desproporcional. “Eu nem sei como lava dinheiro, a minha vida foi sempre fazendo as coisas certas. Falaram que eu fugi, que loucura é essa? Eu sou brasileiro com muito orgulho, com muito amor”, concluiu. Assista:
Pedido de prisão e bloqueio de bens
O cantor chegou a ter um pedido de prisão expedido, mas a ordem foi revogada em uma decisão de segunda instância. No entanto, o bloqueio de bens e valores de Gusttavo Lima foi mantido pela juíza Andréa Calado da Cruz, da 12ª Vara Criminal do Recife. De acordo com o g1, a defesa do cantor havia solicitado o desbloqueio, argumentando que todas as medidas cautelares haviam sido revogadas. Entretanto, a juíza afirmou que a ordem de bloqueio permanecia necessária diante da gravidade das circunstâncias investigadas.
“Os fundamentos que embasaram a decisão original continuam inalterados e, portanto, vigentes, justificando a necessidade da manutenção das restrições patrimoniais. A gravidade das circunstâncias que levaram à adoção dessas medidas ainda se faz presente, assegurando a proteção dos interesses da Justiça”, explicou a magistrada em sua decisão.
Além de Gusttavo Lima, outros envolvidos no caso, como a influenciadora Deolane Bezerra, também tiveram seus bens bloqueados. Outro ponto relevante da decisão envolveu o pedido de José André da Rocha Neto e Aislla Sabrina Truta Henrique Rocha, sócios da operadora de jogos Vai de Bet, que solicitaram autorização judicial para viajar a Brasília. O pedido foi negado pela juíza, que considerou a solicitação infundada. Para ela, não foi apresentada uma justificativa razoável para a viagem, uma vez que a comunicação com os advogados poderia ser feita virtualmente. Além disso, o pedido foi feito com pouca antecedência e fora do expediente, fatores que a magistrada considerou insuficientes para autorizar o deslocamento.
Entenda o caso
De acordo com o “Fantástico“, Gusttavo Lima foi indiciado por lavagem de dinheiro e organização criminosa. A medida foi tomada pela Polícia Civil de Pernambuco em 15 de setembro, no âmbito da Operação Integration, que tem ao todo 53 alvos em seis estados brasileiros. Cabe, agora, ao Ministério Público decidir se denuncia ou não, o artista, à Justiça. A defesa de Gusttavo nega irregularidades.
O jornalístico da TV Globo chegou a exibir imagens do que fora encontrado no cofre da empresa do cantor. De acordo com o Fantástico, a polícia apreendeu R$ 150 mil na sede da Balada Eventos e Produções, companhia de shows de Gusttavo Lima em Goiânia (GO). Os agentes também localizaram 18 notas fiscais sequenciais, emitidas no mesmo dia e em valores fracionados por outra empresa do cantor, a GSA Empreendimentos, para a PIX365 Soluções (Vai de Bet, segundo a polícia), que também é alvo da operação Integration.
De acordo com a polícia, são mais de R$ 8 milhões pelo uso de imagem e voz do cantor. O dinheiro em espécie e as notas fiscais como encontradas são, segundo as autoridades, sinais de lavagem de dinheiro. Saiba detalhes, clicando aqui.
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