Gypsy Rose Blanchard revela como “marca” o aniversário de morte da mãe, nove anos após o assassinato

Em nova entrevista, Gypsy refletiu sobre o crime e desabafou sobre julgamentos

Em 2016, a norte-americana Gypsy Rose Blanchard foi condenada a 10 anos de prisão pelo assassinato de sua mãe, Dee Dee Blanchard, após ter sofrido uma série de abusos da genitora. Neste domingo (9), quando se completam exatos nove anos do crime, a ex-presidiária abriu o jogo sobre o luto e como “marca” o aniversário de morte de Dee Dee.

Em entrevistas, a jovem revelou que o crime foi motivado por vingança. Isso porque Gypsy descobriu ter sido vítima de Munchausen por Procuração: uma forma rara de abuso em que o tutor ou pai exagera ou induz doença a uma criança para obter atenção e simpatia para si mesmo.

Em conversa divulgada pelo E!News, Blanchard admitiu que ainda sofre a perda da mãe, mesmo após tudo a que foi submetida. “Todos os anos, quando chega o dia 9 de junho, fico em um estado muito depressiva. É um dia difícil para mim”, confessou ela.

Gypsy, então, compartilhou como lida com o luto: “Alguns dias, o que eu faço é ouvir música, ouvir algumas de suas músicas favoritas e me permitir esse tempo para lamentar – e faço isso em particular, sozinha, porque não quero ser julgada”.

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Além de encarar o fato de forma reclusa, Gypsy também conta com o apoio de familiares e entes queridos, entre eles o ex-noivo que se tornou atual namorado, Ken Urker, com quem a jovem se reuniu após pedir o divórcio de Ryan Anderson. “Ken tem feito muito isso comigo ao longo dos anos”, contou ela.

Juntos, os dois costumam fazer um ritual, orando pela mãe falecida. “Apenas pensando nos bons momentos, nas coisas boas, meio que bloqueando todos os aspectos negativos e apenas honrando sua memória dessa forma”, explicou.

Gypsy Rose e a mãe, Dee Dee. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal/People Magazine)

Relembre o caso

Quando Gypsy tinha 7 anos, Dee Dee alegou falsamente que sua filha sofria de inúmeras doenças. Uma delas era a distrofia muscular, que, segundo Dee Dee, exigia que a criança usasse uma cadeira de rodas, embora a menina conseguisse andar sem problemas. Em seguida, vieram tubos de alimentação dolorosos e desnecessários e a alegação de que Gypsy tinha leucemia, razão pela qual a mãe raspou a cabeça de Gypsy. Dee Dee enganou amigos e familiares, fazendo-os acreditar que as doenças eram reais e enganou os médicos para que as diagnosticassem e tratassem.

Em junho de 2015, após anos de abusos mentais e físicos, Gypsy pediu ao namorado, Nicholas Godejohn, para matar a mulher. Em entrevista à People, no ano passado, ela revelou que planejou o crime depois de uma tentativa de fuga frustrada e mais um procedimento médico desnecessário marcado, este em sua laringe.

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Assim, Gypsy e Nicholas seguiram com o plano de assassinato. Após se declarar culpada, Gypsy foi condenada a 10 anos de prisão e solta em dezembro de 2023, depois de cumprir 85% de sua pena. Em seu “novo capítulo”, ela afirmou que depois de muitos anos, finalmente conseguiu processar as atitudes da mãe.

Blanchard destacou, ainda, que deseja encerrar esse ciclo “pacificamente” agora que está livre. “Cheguei a um nível de perdão com ela e espero que onde quer que ela [Dee Dee] esteja – eu seja uma pessoa espiritual, sou uma pessoa religiosa. Então, espero que ela esteja no céu, e espero que ela possa me olhar de cima e me ver como uma mulher que cresceu com suas circunstâncias, então espero que o perdão mútuo tenha acontecido”, refletiu.

Gypsy Rose foi culpada pelo assassinato da mãe, em 2016. (Foto: Reprodução/Arquivo Pessoal)

Gypsy revelou que lançar sua série documental “Gypsy Rose: Life After Lock Up” (Gypsy Rose: Vida Após a Prisão, na tradução livre), uma continuação de “The Prison Confessions of Gypsy Rose Blanchard” (As Confissões da Prisão de Gypsy Rose Blanchard), foi essencial na sua jornada emocional.

“Eu estava tipo: ‘estou tão cansada de ser rotulada como Gypsy Rose Blanchard, a prisioneira, a garota que fez isso com sua mãe’. Eu estava tão cansada de rótulos”, observou. “E então, eu queria sair e mostrar ao público quem eu sou como pessoa e não uma história, não um rótulo, não isso ou aquilo, mas eu. E foi por esse impulso que eu quis fazer este documentário seguinte”, disse ela.

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Mesmo sendo de alvo de críticas, Blanchard disse que está tentando se preocupar menos com o que os outros pensam. Seu objetivo é “viver a vida em seus termos”. “Sinto que dei o meu melhor com isso. E o que o público tira disso, espero que seja positivo. E isso é tudo que posso fazer”, concluiu.

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