Pouco mais de duas semanas após ser condenado, Harvey Weinstein recebeu sua sentença na manhã desta quarta-feira (11) em um tribunal de Nova York. O ex-produtor foi sentenciado a 23 anos de prisão devido a ato sexual criminoso de primeiro grau e estupro de terceiro grau, segundo o ‘The New York Times’.
Pela lei, o juiz da Suprema Corte James Burke poderia ter imposto até 29 anos de cadeia. Os promotores do caso estavam pedindo a máxima, argumentando que “a sentença deveria refletir a seriedade das ofensas”. Enquanto isso, a defesa de Weinstein tentou lutar pela mínima, de 5 anos, citando sua idade avançada, problemas médicos, ausência de histórico criminal e contribuições para caridade.
Harvey, de 67 anos, foi declarado culpado dos dois crimes pelo júri de Nova York no dia 24 de fevereiro. No entanto, ele foi absolvido das acusações mais severas, incluindo a de agressão sexual predatória, que reconheceria um padrão nas ações do empresário e poderia, por conta própria, levá-lo à prisão perpétua, de acordo com o “The Washington Post”.
Apesar de mais de 70 mulheres terem se mobilizado alegando serem vítimas de Weinstein, as acusações no tribunal de Manhattan focaram em apenas duas delas: a antiga assistente de produção Miriam “Mimi” Haleyi, que o acusou de fazer sexo oral nela à força em 2006, e a aspirante a atriz Jessica Mann, estuprada em 2013.
“Eu não consigo parar de olhar para Jessica e Mimi e esperar que alguma coisa talvez da nossa antiga relação possa emergir”, falou o réu na corte antes da sentença, de acordo com o “The New York Daily News”. “Acho que os homens se confundem com todos esses problemas… Tem tantas pessoas, milhares, que diriam coisas ótimas sobre mim”, argumentou.
Weinstein, desde o começo, negou as acusações, afirmando que seus encontros sexuais com as duas mulheres teriam sido consensuais.
As acusações contra Harvey ganharam força em outubro de 2017, quando a imprensa norte-americana revelou uma série de denúncias de atrizes e profissionais da indústria cinematográfica contra o poderoso produtor de Hollywood. Ao menos 75 mulheres relataram abusos sexuais cometidos por ele, incluindo estupros.
O caso foi um dos responsáveis pelo surgimento do movimento “#MeToo”, através do qual mulheres do entretenimento, da política e de outros ramos acusam homens em posições de poder de má conduta sexual.
Apesar do julgamento de Nova York ter sido encerrado, o ex-produtor ainda enfrenta acusações adicionais em Los Angeles por estuprar uma mulher e assediar outra sexualmente em incidentes separados em um período de dois dias em 2013. Se ele for condenado, pode enfrentar uma pena separada de 28 anos na prisão.