O Ministério Público de São Paulo ofereceu denúncia contra Júlio Cesar de Oliveira por filmar e divulgar “cena de nudez e ato sexual/libidinoso, de caráter íntimo e privado” de Reynaldo Gianecchini, sem a autorização do artista. As informações são de Mônica Bergamo, da Folha de S. Paulo.
De acordo com a denúncia, à qual a jornalista teve acesso, Júlio Cesar poderá ser enquadrado nos artigos 216-B e 2018-C do Código Penal, que discorrem sobre registro não autorizado da intimidade sexual e divulgação de imagens íntimas. Além disso, o homem poderá pegar até cinco anos de prisão e pagar uma indenização mínima de R$ 100 mil.
A promotora Ana Maria Aiello Demadis relatou na denúncia que, de acordo com as investigações abertas após a propagação do conteúdo, Júlio Cesar tentava, desde 2018, “insistentemente, entrar em contato com o ofendido (Gianecchini) por intermédio de redes sociais“.
Em 2022, o ator respondeu às mensagens e “iniciou-se uma amizade virtual”. Conforme a acusação, Júlio Cesar teria passado a enviar “mensagens com conotações sexuais, fotos dele nu”, ao mesmo tempo em que “solicitava fotos da vítima” nas conversas que os dois mantinham por WhatsApp.
Após conquistar confiança e intimidade, Júlio Cesar convenceu Gianecchini, em janeiro de 2023, a se despir e a praticar atos libidinosos durante uma videochamada, segundo a denúncia. “Sem que Reynaldo percebesse, e sem o seu consentimento, Júlio registrou a cena com seu aparelho celular“, relatou a promotora.
O ator teria se afastado após o homem demonstrar “interesse apenas em sua promoção pessoal, solicitando à vítima, vídeos e postagens em redes sociais, para conseguir mais seguidores”. De acordo com Demadis, o distanciamento teria sido a causa de uma vingança de Júlio Cesar. “Imbuído, assim, de intuito de vingança e para humilhar a vítima, bem como visando seu intuito inicial, de ganhar seguidores e fama, o denunciado resolveu divulgar o vídeo“, informou.
O vídeo acabou postado e compartilhado em diversas redes sociais, além de ser noticiado pela mídia e publicado em sites de conteúdo adulto. Segundo a denúncia, a exposição teria causado “profundo abalo” a Gianecchini. “Júlio tentou se eximir da responsabilidade, enviando mensagem à vítima informando não saber como a mídia foi divulgada nas redes sociais. Contudo, como se depreende exaustivamente das mensagens acostadas aos autos, tal versão é fantasiosa“, declarou a promotora.
O advogado que representa o ator, Roberto Pagliuso, não se manifestou. O homem também foi chamado a depor, mas optou por ficar em silêncio, segundo Bergamo. Em suas redes sociais, ele afirmou que teve o celular hackeado. Como Júlio não confessou formalmente os crimes, Demadis não ofereceu um acordo de não persecução penal. A promotora ressaltou que o denunciado já teria agido de forma semelhante em 2016, “evidenciado que faz desse seu meio de vida“.
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