O acidente com o avião que transportava Alok e sua equipe no Aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora (MG), em maio de 2018, foi causado por excesso de peso e falhas da tripulação. O relatório final, divulgado pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) e obtido pelo Splash UOL, detalha as causas técnicas do ocorrido. À época, nove pessoas estavam a bordo, mas ninguém se feriu.
O documento, divulgado pelo Comando da Aeronáutica em 25 de novembro de 2025, revela que a aeronave Cessna 560XL, prefixo PR-AAA, tentou decolar com 175 kg acima do peso máximo permitido pelo fabricante.
Durante a corrida de decolagem, a luz de aviso ‘NO TAKEOFF’ acendeu duas vezes, sinalizando risco, mas os pilotos prosseguiram até quase atingir a velocidade de rotação (VR) e só então decidiram abortar a decolagem, já de forma tardia. Conforme o documento, o termo ‘NO TAKEOFF’ indica que a aeronave não está configurada corretamente para decolar de forma segura. Como o procedimento foi interrompido em alta velocidade, o avião ultrapassou os limites da pista e acabou parando em uma ribanceira.

O voo tinha como destino o Aeródromo Val de Cans, em Belém (PA), após apresentação de Alok em Juiz de Fora (MG). A bordo estavam dois pilotos e sete passageiros, sendo que três deles teriam embarcado sem coordenação prévia com a tripulação. Essa alteração não foi registrada no sistema de gerenciamento de voo (FMS), levando os pilotos a acreditar que o peso da aeronave estava dentro do permitido.
O Cessna 560XL tem limite de 9.072 kg para decolagem, mas no momento da tentativa a aeronave pesava cerca de 9.247 kg. A investigação também apontou falhas de comunicação entre operador e tripulação, planejamento inadequado e falta de coordenação na cabine, incluindo ausência de procedimentos definidos para emergências.
O relatório ainda mostra que o aviso ‘NO TAKEOFF’ já tinha aparecido no dia anterior, sem causar problemas. Isso pode ter feito os pilotos acharem que era só um erro momentâneo e não deram a atenção necessária. “É possível que eles tenham internalizado uma crença de que o acendimento dessa luz estava associado a algum problema de menor relevância no contexto operacional”, diz a análise.
O Cenipa também destaca que um dos pilotos trabalhava como freelancer e tinha expectativa de ser efetivado pela empresa. Esse fator pode ter levado o profissional a seguir com a decolagem mesmo com o alerta ativo. Ainda de acordo com o Splash UOL, o órgão não busca apontar culpados na investigação. O foco do relatório é gerar recomendações que ajudem a prevenir futuros acidentes aéreos.

O acidente
Na tarde de 20 de maio de 2018, durante a decolagem no Aeroporto da Serrinha, em Juiz de Fora, o avião de Alok saiu da pista. Depois do susto, o artista postou fotos da aeronave nas redes sociais e tentou se comunicar com os fãs.
Naquele dia, ele havia se apresentado na Festa Country, no Parque de Exposições da cidade. Por conta do ocorrido, o produtor musical e sua equipe precisaram alugar um carro para seguir viagem, e a apresentação prevista em Belém acabou sendo cancelada.
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