Jennifer Aniston e Reese Witherspoon comentam casos de abuso sexual; Reese relembra episódio vivido no passado e lamenta: “Era a condição que mantinha meu emprego”

Partners in crime job! Jennifer Aniston e Reese Witherspoon estão a todo vapor divulgando “The Morning Show”, série estrelada por elas e Steve Carell. Para contextualizar as declarações que virão ao longo dessa matéria, vamos explicar um pouco mais sobre o que se trata o show.

A trama, baseada em caso real, conta a história de Alex Levy (Aniston), âncora do programa de notícias “The Morning Show”. Depois que seu parceiro de 15 anos, Mitch Kessler (Carell), é demitido em meio a um escândalo de má conduta sexual, Alex luta para manter seu emprego como principal âncora de notícias, provocando uma rivalidade com Bradley Jackson (Witherspoon), uma repórter de campo cujas decisões impulsivas a levam a um novo mundo do jornalismo de TV.

Lembrando que a série aborda o tema abuso sexual dentro e fora do ambiente de trabalho, Jennifer desabafou, durante entrevista ao The Guardian, sobre quem comete tais crimes. “Tem uma negação absoluta – ‘Foi consensual, foi consensual’ – se você for um narcisista no mesmo nível que esses caras são. Eles pensam: ‘É claro que todas as mulheres querem dormir comigo'”, criticou.

Reese acrescentou que as ‘estruturas de poder’ da indústria do entretenimento precisam mudar para garantir um melhor tratamento das mulheres. “Esta não é uma câmara de eco de mulheres falando sobre #MeToo. Na verdade, é uma conversa muito equilibrada em termos de gênero, porque precisamos de homens assistindo ao programa. Mudanças reais não acontecem, a menos que a estrutura de poder responsável aceite”, explicou.

Essa duplinha é demais, né? (Foto: Getty)

Mais tarde, a jornalista questionou Witherspoon sobre como foi interpretar uma personagem tão aberta sobre suas experiências passadas. “É interessante que você diga isso. Quando histórias [sobre agressão e assédio] são publicadas, às vezes fico realmente chateada e isso varia entre triste, coração partido e até raiva extrema. Acho que provavelmente me motiva a contar mais histórias, porque a arte é o melhor antídoto”, disse ela.

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“Me determina a não deixar isso acontecer com outras mulheres e jovens. Sou muito grata às mulheres que falaram sobre as lutas em seus passados, porque estou numa posição diferente, obviamente, e muitas delas não tinham nada a ganhar, inclusive algumas perderam seus empregos ao falarem disso. Elas são todas verdadeiras heroínas em minha cabeça”.

Ainda em 20017, Reese revelou ter sido abusada por um diretor quando tinha 16 anos e que foi instruída por agentes e produtores a ficar quieta sobre isso. Ela relembrou a ocasião e explicou que aquela não foi a única vez. “Gostaria de poder dizer que foi um incidente isolado na minha carreira, mas, infelizmente, não foi. Eu tive várias experiências de assédio e agressão sexual. Era uma cultura de silêncio e essa era a condição que mantinha meu emprego. Era isso que me diziam”, lamentou.