Karlie Kloss deixou os dias de Angel para trás. Após encerrar o contrato com a Victoria’s Secret em 2015, a modelo se abriu pela primeira vez sobre o motivo que a fez sair da marca de lingeries. Em uma entrevista à Vogue Britânica, Karlie contou que o trabalho não transmitia a imagem que ela queria passar ao mundo.
“A razão pela qual eu decidi parar de trabalhar com a Victoria’s Secret foi que eu não sentia que era uma imagem que realmente refletia quem eu sou e o tipo de mensagem que eu quero mandar para as jovens mulheres ao redor do mundo sobre o que significa ser bonita”, explicou ela.
A ex-Angel saiu da Victoria’s Secret no mesmo ano em que começou a estudar a teoria feminista na Universidade de Nova York e, segundo ela, isso teve um grande impacto em sua decisão. “Eu acho que esse foi um momento crucial meu assumindo meu poder como feminista, sendo capaz de fazer minhas próprias escolhas e tomando conta da minha própria narrativa, seja através de companhias que eu escolho trabalhar, ou pela imagem que eu apresento ao mundo”, completou Kloss.
Na época, o chefe de marketing da marca, Ed Razek, tuitou que a saída da modelo se devia à falta de tempo para ela “realizar seus incontáveis compromissos” e que ela sempre seria uma Angel pra ele. Provavelmente foi por isso mesmo que, dois anos depois, em 2017, ela voltou para um último desfile no VS’s Fashion Show em Xangai.
Em 2018, Karlie também defendeu a posição da marca, no auge do movimento #MeToo. “Um desfile como o da Victoria’s Secret é muito relevante para o mundo em que vivemos agora. Há algo realmente poderoso sobre uma mulher que é dona de sua sexualidade e está no comando”, explicou ela ao jornal ‘The Telegraph’. “Um desfile como esse celebra isso e permite que todas nós sejamos a melhor versão de nós mesmas. Usando salto, maquiagem ou uma peça de lingerie, se você está no controle e se sente empoderada por si mesma, é sexy. Eu gosto de dar um exemplo positivo então nunca faria parte de algo em que eu não acreditasse”, finalizou a modelo.
Na mesma entrevista para a Vogue, Kloss também falou sobre a importância que tomar uma posição teve na vida dela. “Olhando para trás, no final da minha adolescência, acho que eu tinha medo de perder um trabalho ou perder minha posição se eu dissesse que não queria fazer alguma coisa. Mas eu não perdi trabalhos”, ponderou. “Se qualquer coisa, quanto mais eu exercia o poder da minha voz, mais eu ganhava respeito das pessoas ao meu redor. E eu ganhei mais respeito por mim mesma também. Só agora eu tenho confiança para ficar de pé – com meus 1,88 metro – e saber o poder da minha voz.”
Em outubro do ano passado, a loira se casou com o empresário Josh Kushner, cunhado de Ivanka Trump, que, como filha do presidente americano, compartilha uma visão bem diferente da de Karlie. “É difícil. Mas eu escolho focar nos valores que eu divido com o meu marido, e esses são os mesmos valores liberais com os quais eu cresci e que me guiaram por toda a vida”, ela explicou.
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Outro centro de polêmica em seu casamento foi que Karlie teria se convertido ao Judaísmo apenas para se alinhar ao marido. Ela, entretanto, tem uma visão diferente do que aconteceu. “Mudar uma parte do que você é por outra pessoa pode ser visto como fraco. Mas quer saber? Na verdade, se você passou pelo que eu passei, é preciso que você seja tudo menos fraco. Precisou que eu fosse forte, resiliente e com muito amor próprio”, confessou.
A modelo continuou: “Eu não levei isso de qualquer jeito. Não foi suficiente apenas amar o Josh e tomar essa decisão por ele. Essa é a minha vida e eu sou uma mulher forte e independente. Foi apenas depois de muitos anos estudando e conversando com a minha família e amigos e buscando dentro da minha alma que eu tomei a decisão de abraçar completamente o Judaísmo na minha vida e começar a planejar um futuro com o homem que eu escolhi casar.”