Após reviravolta no caso dos irmãos Lyle e Erik Menendez, Kim Kardashian está defendendo que as sentenças de prisão perpétua deles sejam reconsideradas. De acordo com o Deadline, a estudante de direito escreveu um ensaio para a NBC News, defendendo o caso da dupla. Eles foram condenados pelo assassinato dos pais, José e Kitty Menendez, ocorrido em 1989.
“Somos todos produtos de nossas experiências. Elas moldam quem fomos, quem somos e quem seremos. Fisiologicamente e psicologicamente, o tempo nos muda, e duvido que alguém diria ser a mesma pessoa que era aos 18 anos. Eu sei que não sou!”, afirmou Kim no documento.
“Você acha que conhece a história de Lyle e Erik Menendez . Eu certamente pensei que conhecia: em 1989, os irmãos, com 21 e 18 anos, respectivamente, atiraram e mataram violentamente seus pais em sua casa em Beverly Hills. Em 1996, após dois julgamentos, eles foram condenados à prisão perpétua sem possibilidade de liberdade condicional. Como costuma ser o caso, essa história é muito mais complexa do que parece na superfície. Ambos os irmãos disseram que foram abusados sexualmente, fisicamente e emocionalmente por anos por seus pais”, destacou ela.
A empresária, então, abordou os julgamentos dos irmãos Menendez. “O primeiro julgamento foi televisionado para todos verem, e o caso de Erik e Lyle se tornou entretenimento para a nação, seu sofrimento e histórias de abuso ridicularizados em esquetes no ‘Saturday Night Live’. A mídia transformou os irmãos em monstros e colírios sensacionalistas. Dois garotos ricos e arrogantes de Beverly Hills que mataram seus pais por ganância. Não havia espaço para empatia, muito menos simpatia”, ponderou.
Kim também observou que Lyle e Erik “não tinham chance de um julgamento justo neste cenário”, e que “havia recursos limitados para vítimas de abuso sexual” na época. “Praticamente não havia sistemas em vigor para dar suporte aos sobreviventes, e a conscientização pública sobre o trauma do abuso sexual masculino era mínima, muitas vezes obscurecida por julgamentos preconcebidos e homofobia”, pontuou a filha de Kris Jenner.
Em seguida, Kardashian mencionou a visita feita aos irmãos na prisão. Ela foi acompanhada do ator Cooper Koch, que interpretou Erik Menendez na série da Netflix “Monstros: Irmãos Menendez: Assassino dos Pais“. “Passei um tempo com Lyle e Erik. Eles não são monstros. Eles são homens gentis, inteligentes e honestos. Na prisão, ambos têm registros disciplinares exemplares”, enfatizou.
“Os assassinatos não são desculpáveis. Quero deixar isso bem claro. Nem o comportamento deles antes, durante ou depois do crime. Mas não devemos negar quem eles são hoje, na casa dos 50 anos. O julgamento e a punição que esses irmãos receberam foram mais adequados para um serial killer do que para dois indivíduos que suportaram anos de abuso sexual pelas mesmas pessoas que amavam e confiavam”, opinou a empresária.
Por fim, ela se posicionou sobre a reviravolta que o caso da dupla teve. “Com o caso deles de volta aos holofotes, e considerando a revelação de uma carta de 1988 de Erik para seu primo descrevendo o abuso, minha esperança é que as sentenças de prisão perpétua de Erik e Lyle Menendez sejam reconsideradas. Devemos isso àqueles garotinhos que perderam suas infâncias, que nunca tiveram a chance de serem ouvidos, ajudados ou salvos”, esclareceu.
Reviravolta no caso Menendez
Conforme uma declaração feita nesta quinta-feira (3) pelo promotor George Gascón, a Promotoria de Los Angeles, nos Estados Unidos, estaria revisando o caso após receber evidências sobre os assassinatos de José e Kitty. “Não estamos dizendo que houve algo errado com o julgamento original”, afirmou ele, de acordo com o Deadline.
Os irmãos alegam que cometeram o crime porque eram abusados sexualmente pelo pai, um executivo poderoso da indústria musical no país. Roy Rosselló, um dos membros da boyband Menudo, revelou anteriormente que foi estuprado por José quando ainda era adolescente. Este relato foi usado pelo advogado de Lyle e Erik para tentar reabrir o caso e mudar a condenação dos dois.
Com isso, os irmãos esperam que a condenação de prisão perpétua seja revertida e, assim, eles saiam da cadeia. A audiência que decidirá se o caso será reaberto foi marcada para 29 de novembro.