Nesta semana, Klara Castanho participou da gravação do “Altas Horas” especial do Mês da Mulher, em São Paulo. Na atração, ela falou pela primeira vez sobre o caso de estupro e a gravidez que se tornaram públicos no ano passado, contra sua vontade. As informações são de Patrícia Kogut, do jornal O Globo.
Segundo a colunista, a atriz relembrou o trauma e desabafou diante de uma plateia emocionada. Estavam presentes também a ministra dos Povos Originários, Sônia Guajajara, a jornalista Sandra Annenberg e a ex-BBB Tina Calambra.
“Foi um período de recolhimento voluntário depois de tudo o que aconteceu no ano passado. Depois que vim a público, de novo, de forma forçada, eu denunciei todos os crimes aos quais fui submetida. Todos, sem nenhuma exceção”, detalhou a artista. “O que me resta neste momento, e ainda bem, é confiar na Justiça e eu confio muito. Não só na Justiça, mas numa Justiça maior”, acrescentou.
À Kogut, Serginho Groisman confirmou que Castanho aceitou participar do programa por se sentir acolhida. “Ela diz que escolheu o ‘Altas Horas’ pelo acolhimento que o programa permite. Falou sobre como foi forçada a expor sua vida privada e fez uma reflexão muito madura sobre as redes sociais. Aquela menina de 22 anos virou uma mulher com fala firme e segura”, declarou.
Em junho do ano passado, após a exposição do caso que iniciou com a apresentadora Antonia Fontenelle, Klara publicou uma carta aberta em suas redes sociais. Depois disso, ela não se pronunciou mais sobre o assunto. “Este é o relato mais difícil da minha vida. Pensei que levaria essa dor e esse peso somente comigo. Sempre mantive a minha vida afetiva privada, assim, expô-la dessa maneira é algo que me apavora e remexe dores profundas e recentes”, introduziu a jovem na ocasião.
“No entanto, não posso silenciar ao ver pessoas conspirando e criando versões sobre uma violência repulsiva e de um trauma que sofri. Fui estuprada. Tive muita vergonha, me senti culpada. Tive a ilusão de que, se eu fingisse que isso não aconteceu, talvez eu esquecesse, superasse. Mas não foi o que aconteceu. As únicas coisas que tive forças para fazer foram: tomar a pílula do dia seguinte e fazer alguns exames”, relatou.
Em seguida, Castanho explicou que, meses depois, começou a se sentir mal e descobriu que estava grávida: “Eu procurei uma advogada e conhecendo o processo, tomei a decisão de fazer uma entrega direta para a adoção”.
A artista foi atrás de medidas judiciais contra todos os envolvidos. No ano passado, ela entrou com uma queixa-crime contra Leo Dias, jornalista, Antonia Fontenelle e a youtuber Adriana Kappaz, por crimes de difamação, calúnia e injúria. O Conselho Regional de Enfermagem de São Paulo (Coren-SP) também abriu uma investigação contra uma enfermeira que teria ameaçado vazar a informação para a imprensa, que foi arquivada em janeiro deste ano.