Lady Gaga admitiu para a revista Vogue, nesta quinta-feira (5), que costumava mentir durante as entrevistas sobre os filmes que estrelava. Ela explicou que virava uma personagem e encarava aquilo como uma atuação, até conseguir equilibrar o que era real e ficção. A cantora ainda falou brevemente sobre seu próximo álbum de estúdio e a parceria com Bruno Mars em “Die With a Smile“.
Gaga refletia sobre “vê-la por inteiro” após anos na indústria musical e o início na cinematográfica. Apesar de investir há pouco tempo na carreira de atriz, ela já estrelou os famosos “Nasce Uma Estrela“, “Casa Gucci” e, agora, “Coringa: Delírio a Dois“. “Houve um momento em minha carreira em que eu falava com sotaque nas entrevistas ou contava mentiras, mas estava atuando. Agora, é uma mistura muito mais agradável de autenticidade e imaginação”, explicou.
“Sinto que o mundo, de certa forma, opera com esses conceitos: ou você é real ou é falso; ou você é autêntico ou é superficial. Mas, para mim, eu brincava muito com o imaginário. Eu era fascinada por ele, realmente fascinada por ele como uma ferramenta artística. Ainda sou. Mas meu relacionamento comigo mesma, como artista, agora é mais forte. Esta sou eu”, afirmou Gaga.
Contudo, a estrela admitiu que nem sempre foi fácil enxergar por esta perspectiva. “É muito complicado se dividir em dois e ter que desligar e ligar isso. É muito mais empoderador ser do tipo: ‘Eu sou uma mulher e sou supercomplexa’. Michael [Polansky, noivo de Gaga] me disse uma vez: ‘Eu saberei que você está realmente se sentindo ótima quando souber que você tem você’. E eu costumava sempre pensar: ‘Mas quem vai me proteger?’. E agora eu penso: ‘Eu me protejo'”, completou.
A confissão nos leva para 2021, quando Lady Gaga interpretou Patrizia Reggiani em “Casa Gucci”. À época, ela alegou que o elenco precisou “exorcizar o espirito de Patrizia de seu corpo”, para que conseguisse sair da personagem após as gravações do longa. Além disso, a artista declarou ter tido sensações que a própria italiana teria ao assassinar o marido. “Eu dirigi por onde Maurizio foi baleado e senti um aperto no estômago porque eu estava tão no meu personagem e pensei: ‘O que foi que eu fiz?'”, contou.
Conhecida pelas preparações aprofundadas de suas personagens, Gaga confessou que não foi muito diferente em “Coringa 2”. “Nós nos encontrávamos com frequência no trailer de Joaquin e às vezes simplesmente rasgávamos o roteiro e recomeçávamos tudo. Foi um processo muito legal e libertador”, pontuou.
“Arlequina é uma personagem que as pessoas conhecem do éter da cultura pop. Eu tive uma experiência diferente ao criá-la, ou seja, minha experiência com mania e caos interior. Pra mim, isso cria uma quietude. Às vezes, as mulheres são rotuladas como essas pessoas excessivamente emotivas e quando estamos sobrecarregadas, somos erráticas ou desequilibradas. Mas eu me pergunto se quando as coisas se tornam tão distantes da realidade, quando somos empurradas longe demais na vida, e se isso te deixa em paz?”, refletiu ela.
“Eu diria que trabalhei de uma perspectiva de memória sensorial: qual é a sensação de caminhar pelo mundo e ser… preparada, de uma forma intensa. E o que acontece quando você encobre todas as complexidades abaixo da superfície?”, completou Gaga. A cantora também revelou que escreveu uma valsa para o filme, e o definiu como a maior produção que já participou.
Novo álbum
A vencedora do Grammy ainda entregou um presente para os seus fãs ao confirmar que está trabalhando em seu próximo álbum de estúdio, o sétimo da carreira. Conforme a publicação, Gaga passou a maior parte deste ano em um estúdio em Malibu, na Califórnia, gravando um novo disco pop, com lançamento previsto para fevereiro de 2025. Além disso, ela também está trabalhando em um projeto surpresa, cujos detalhes, obviamente, não foram revelados.
Apesar da data de estreia do álbum, a estrela revelou ontem que o primeiro single fica disponível em outubro. No papo com a Vogue, Lady Gaga também contou que foi seu noivo, o empresário Michael Polansky, quem a influenciou a investir no gênero pop. “Ele dizia: ‘Querida, eu amo você. Você precisa fazer música pop'”, recordou.
“Como qualquer um faria pela pessoa que ama, eu a incentivei a se entregar à alegria do trabalho. Na turnê ‘Chromatica’, eu vi um fogo nela. Eu queria ajudá-la a manter isso vivo o tempo todo e apenas começar a fazer a música que a faz feliz”, esclareceu Polansky. A compositora, então, citou o que o público pode esperar de seu próximo disco.
“Sinto que esse novo álbum, de muitas maneiras, é sobre o passado, mas de um lugar de felicidade ao invés de tristeza. E agora, Michael e eu estamos realmente animados para organizar nossas vidas – e nosso casamento – em torno de nossa produção criativa como um casal. O que é realmente diferente de, tipo, fazer o que outras pessoas querem que você faça”, salientou.
Parceria com Bruno Mars
Nas últimas semanas, Lady Gaga e Bruno Mars movimentaram a internet e deixaram os fãs inquietos com a colaboração em “Die With a Smile”. A faixa, atualmente a música mais ouvida do mundo, tem batido recordes atrás de recordes. De acordo com a artista, foi o cantor quem lhe fez a proposta.
“Ele me pediu para ir ao estúdio dele para ouvir algo. Era por volta da meia-noite quando cheguei lá e fiquei impressionada. Ficamos acordados a noite toda terminando a música”, descreveu. “Bruno e eu achamos que o mundo precisava ouvir essa música. É uma música de verdade. É uma conversa real. E é sobre amor”, concluiu Gaga. Ouça:
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