Ludmilla participou de um painel no evento Rio2C, no Rio de Janeiro, nesta quinta-feira (13), e analisou sua vida como uma mulher LGBTQIAP+ na indústria musical. No papo, mediado pela jornalista Aline Midlej, a vencedora do Grammy falou sobre a dificuldade de declarar o relacionamento com uma mulher.
Casada com a dançarina Brunna Gonçalves, Lud revelou que a ex-BBB não foi a primeira pessoa do mesmo gênero com quem se relacionou. “Comecei a me relacionar com mulheres aos 16 anos. Depois que comecei, gostei e não parei mais, só que eu não era anônima. Tinha muito medo do que as pessoas iam pensar”, contou a voz de “Sou Má“, segundo o Splash News. “Quando assumi a Bru, isso não era algo normal de se ver no nosso meio, no meio do funk em que a gente vivia”, continuou.
Apesar do receio, o casal oficializou o namoro em 2018, mas só compartilhou a informação com o mundo no ano seguinte. “Eu ouvia: ‘você não pode se assumir, se não sua carreira vai acabar’. Mas eu tinha que me libertar. Eu não podia ir a grandes eventos porque tinha medo de desmunhecar, não podia ir com a Bru em grandes festas porque os olhares entregam. Não conseguia ser eu”, explicou a artista.
Lud ainda afirmou que o segredo chegou a influenciar sua carreira, já que as pessoas poderiam perguntar qual seria a inspiração para a músicas românticas que estava compondo. Mais tarde, a “rainha da favela” lançou os icônicos álbuns de “Numanice“, que incluíram homenagens à esposa, como a canção “Maldivas“.
Ao sentir seu coração bater mais forte, a cantora achou que finalmente deveria enfrentar a sociedade machista e homofóbica. Ela relembrou que o Brasil é um dos países que mais mata pessoas da comunidade. “Tinha que encontrar alguém que amo”, reforçou. E adicionou: “Sou preta, periférica, falo o que penso. Me expus e pensei: ‘vamos ver o que vai acontecer agora’. Eu saí de uma prisão. Gosto de mulher e pronto. Decidi ser eu. Essa é a melhor opção”.
Atualmente, a musa lançou o álbum “Vilã” e começa a investir na carreira internacional. A ideia é acelerar o crescimento agora para, no futuro, diminuir o ritmo de trabalho e focar mais na vida pessoal. “Com 35 anos, quero estar muito milionária. Não vou parar, mas quero pisar no freio e desacelerar”, concluiu.