Nesta quarta-feira (13), Luísa Sonza divulgou a sua série documental para a Netflix, “Se Eu Fosse Luísa Sonza”. Ao falar sobre a produção no seu Instagram, um dos seguidores questionou, em tom de crítica, se o caso de injúria racial que a cantora respondeu na Justiça seria abordado. A artista decidiu rebater o comentário.
“Fala sobre o racismo que você praticou? Kkkk”, escreveu o internauta. Luísa, então, respondeu: “Sim! E sobre os seus? Ninguém está livre da estrutura racista em que vivemos! Já aproveito e te pergunto, o que você faz para ser de fato uma pessoa antirracista?”.
“Lembrando que não fazer nada efetivo para mudar o sistema automaticamente te faz uma pessoa racista, pois usufrui dos privilégios sem propor mudanças na estrutura”, finalizou ela. Veja abaixo:
“Eu confesso que em algum momento eu demorei a ter entendimento disso porque eu sou pessoa privilegiada branca e estou sujeita a essa estrutura bosta e escrota”, afirmou. A artista definiu o caso como “um dos piores episódios da minha vida”. “Eu não quero ficar aqui tentando convencer de uma coisa porque não é sobre isso, é sobre assumir o erro e conscientizar as pessoas brancas que não levam isso a sério. Me arrependo muito”, concluiu.
Assista ao trailer de “Se Eu Fosse Luísa Sonza”:
Relembre o caso
Em 2020, o jornalista Erlan Bastos divulgou o processo no qual Luísa é acusada de discriminação racial. De acordo com o relato da parte autora, Sonza havia confundido a advogada Isabel Macedo com uma funcionária no Festival Gastronômico da Pousada Zé Maria, dois anos antes. A mulher estava comemorando o seu aniversário e a cantora foi uma das atrações da noite.
Depois de assistir ao show, a advogada teria passado pela loira quando foi ao banheiro. Neste momento, ela teria sido abordada com um tapa no braço, enquanto a artista pediu para ela providenciar um copo com água. Segundo a descrição do documento, a vítima não teria entendido o que estava acontecendo a princípio e pediu para que a estrela repetisse a pergunta. “Foi quando a artista, novamente no mesmo tom ríspido, ordenou que a advogada buscasse um copo de água, pois ela estava com sede”, relatou o processo enviado à Vara Cível da Comarca do Rio de Janeiro.
Isabel falou que ainda chegou a questionar o motivo pelo qual a cantora acreditou que ela era funcionária do estabelecimento, uma vez que todos os trabalhadores dali estavam uniformizados. De acordo com o processo, Luísa teria se esquivado, “não deixando dúvidas que sabia que havia feito um julgamento preconceituoso em razão dos traços raciais” da advogada.
Na ação, a moça pediu uma indenização de R$ 10 mil por danos morais, decorrente de injúria racial, uma retratação pública de Luísa Sonza e da pousada na redes sociais, a fixação de cartazes contra o racismo no estabelecimento onde teria ocorrido o crime e a condenação dos réus ao pagamento das custas processuais e honorários advocatícios.
Em setembro desde ano, o UOL divulgou uma carta da defesa de Isabel afirmando que chegou em um acordo “satisfatório” com a artista e que atendeu a todos os seus pedidos. O caso foi arquivado no dia 16 de agosto. Como o processo correu em segredo de Justiça, o conteúdo do acordo não foi revelado.