Silvana Taques se manifestou após ter uma troca de mensagens com Larissa Manoela divulgada pelo colunista Lucas Pasin, do UOL. No texto, a mãe da atriz chama a família do genro, André Luiz Frambach, de “macumbeira“. Ela também se pronunciou sobre os rumores de que teria sido intimada a depor em caso de discriminação e preconceito religioso.
Em um comunicado divulgado pelo “Fofocalizando“, do SBT, nesta quarta-feira (23), Taques lamentou a declaração. “Estas palavras foram ditas em momento de extrema tristeza e ela não tinha nenhuma intenção de ofensa”, disseram os advogados.
Silvana alegou, ainda, que não recebeu nenhuma intimação sobre uma suposta queixa-crime por intolerância religiosa. Os boatos de que ela teria sido denunciada começaram após o próprio programa afirmar que a mãe da estrela foi intimada a prestar depoimento depois da repercussão da mensagem.
A delegada do caso também apontou que “a informação [sobre o depoimento] ainda não procede”. “O registro foi confeccionado ontem, após a notícia-crime apresentada pela comissão. Hoje iniciamos as diligências preliminares e, por enquanto, não há nada de depoimento marcado”, finalizou Rita Salim. Já a assessoria da Polícia Civil do Rio de Janeiro disse: “Em relação a depoimentos ou presenças das partes envolvidas, ainda não há confirmação de datas e nenhuma parte foi informada sobre intimação”. Assista:
Delegada do caso esclarece intimação da mãe de Larissa Manoela!#FofocalizandoNoSBT pic.twitter.com/Wa8v0JgmVQ
— Fofocalizando (@pfofocalizando) August 23, 2023
Entenda o caso
Na mensagem enviada por Silvana à Larissa no dia 24 de dezembro de 2022, véspera do Natal, pelo WhatsApp, a pedagoga dispara xingamentos contra a filha. Em um longo texto, Larissa pede que a mãe repense as últimas atitudes, mas admite que sente falta da “melhor amiga”. A resposta de Silvana, entretanto, não foi positiva. “Vai à m*rda, vai? Esqueça que eu sou sua mãe! Nem li sua mensagem e já apaguei! Você fez suas escolhas e eu também”, disparou.
Na reportagem do “Fantástico“, exibida no domingo (20), a TV Globo optou por ocultar o resto da conversa, que menciona a religião. Entretanto, no print divulgado por Pasin, a mãe da atriz também chamou a família do genro de “macumbeira”: “Esqueci de te desejar… que você tenha um ótimo Natal aí com todos os guias dessa família macumbeira kkkkkk”. A família de Frambach é espírita kardecista.
O termo “macumbeira” — que nomeia cultos religiosos de matriz africana — foi interpretado como usado de forma pejorativa, alegou a Comissão de Combate a Intolerância Religiosa do Rio, na notícia-crime assinada pelos advogados Carlos Nicodemos Oliveira Silva e Maria Fernanda Fernandes Cunha.
“A configuração desse ato discriminatório apresenta-se como formas contemporâneas do racismo, que objetiva preservar a incolumidade dos direitos da personalidade, como a essencial dignidade da pessoa humana. Deve-se inibir, desse modo, comportamentos abusivos que possam, impulsionados por motivações subalternas, disseminar criminosamente o ódio público contra outras pessoas em razão de sua religião”, disse a organização em documento obtido pelo veículo.
A ação continua, afirmando que a mãe de Larissa teria “ultrapassado limites de intolerância” contra a religião: “Dessa forma, mostra-se que a manifestação de Silvana extravasa os limites da livre manifestação de ideias, constituindo-se em insultos, ofensas e estímulo à intolerância e ao ódio contra as religiões de matriz africana, não merecendo proteção constitucional e não podendo ser considerados liberdade de expressão, enquadrando-se no crime de racismo”.