A morte precoce de Marília Mendonça impactou todo o Brasil e, principalmente, a família da artista. Após abrir as portas da mansão onde vivia com a cantora, dona Ruth Dias, mãe da rainha da sofrência, concedeu entrevista a Leo Dias, do portal Metrópoles, e falou um pouco mais sobre como viveu o período de luto.
“Foi muito difícil, porque eu não tive direito de me entristecer, nem de gritar ou chorar, porque tinha uma família pra eu dar continuidade. Ela (Marília) não ia querer que eu fraquejasse. Ficou uma responsabilidade enorme, que é o Léo”, declarou, mencionando o neto. Diante da ausência da mãe, o pequeno acabou adoecendo: “Ele teve diabetes emocional, foi para 430, o índice dele de glicemia. Isso, para bebês da idade dele, leva ao coma. Buscamos os melhores médicos e depois de um tempo, passou”.
Ruth ainda compartilhou detalhes sobre a reação de Léo, ao perceber que Marília não estava mais por perto. “Ele começou a entristecer, ficava pelos cantos, meio encolhido. Ele falava ‘mamãe’ e queria entrar no quarto pra ver se ela estava lá. A gente falava que mamãe virou uma estrela e foi morar lá no céu. Agora, ele se apegou a mim de tal forma, que se eu for até o banheiro tenho que levar ele junto, porque tem medo de eu não voltar também”, revelou.
“Eu não tive tempo de viver o luto, porque a responsabilidade pelo Léo é minha. Eu tenho responsabilidade de não deixar isso afetar tanto a cabecinha dele, para ele crescer saudável, e ser uma criança feliz”, continuou. Sobre a partida de Mendonça, declarou: “Não entendo, mas creio que já estava tudo preparado”.
A matriarca ainda afirmou que, se pudesse, tornaria a levar uma vida anônima e sem luxos, contanto que tivesse a filha de volta. “Voltava a vender coxinha, voltava para aquela vida de dificuldade, com Marília anônima. Eu lutei com ela por esse sonho e ela pagou um preço caro, que foi com a vida. Mas ela morreu fazendo o que gostava. Ela amava”, frisou Ruth, que de sua maneira, dará continuidade ao legado da sertaneja.
“Faz quatro meses, é muito recente, mas já estou me levantando e dando andamento aos projetos. Naquele dia [da morte], pensei que tudo tinha acabado pra mim. Porque a gente morre. Quando a gente perde um filho, a gente morre junto. Precisou Deus vir e me ressuscitar. E aí eu tinha duas escolhas: Dormir com a dor pelo resto da vida e colocar o resto da minha família a perder, ou engolir o choro e caminhar. Eu escolhi caminhar”, encerrou.