Maitê Proença contou que já viveu várias relações abusivas no trabalho e no amor. Em cartaz no RJ com o monólogo “O Pior de Mim”, a atriz resolveu expor suas vulnerabilidades no espetáculo, fazendo revelações e confissões. Em entrevista para a Quem nesta terça-feira (15), ela falou mais sobre a experiência de apresentar a peça e abordar temas importantes. Maitê também relatou como se livrou de um homem que se instalou em sua casa, causando medo e pavor nela.
“Já vivi inúmeras relações abusivas, no trabalho e no amor. No amor, tive medo de estar repetindo a história do passado. Na pior das situações, emagreci vários quilos, e para me livrar da pessoa que havia se instalado em minha casa, me calei por dois meses, não falei, não retruquei, não respondi a qualquer das provocações, mas tinha pavor dele, e não fui grosseira nem agressiva no silêncio para não atiçá-lo. Foi um estudo fino de autocontrole“, revelou.
“Finalmente ele partiu e meu prédio foi alertado para que nunca mais o deixasse colocar os pés nas imediações. No trabalho, via de regra me recolhi humilhada, a engrenagem era maior do que eu, não me sentia capaz de enfrentá-la. E quando enfrentei, me arrebentei profissionalmente e de novo e de novo. É difícil reagir, mas não podemos ficar caladas“, declarou.
Em seu monólogo, Maitê resolveu abordar questões como etarismo, machismo e misoginia. Para ela, falar sobre esses temas no teatro é uma maneira de tocar o público. “Se estivesse defendendo uma tese, ou levantando uma bandeira com argumentos, muita gente não se interessaria, mas através de histórias contadas com arte e verdade e, sobretudo, sem melodramas, a ponto de permitir que as pessoas riem e se identifiquem, aí é uma bênção tocar o público dessa forma que você descreve”, explicou.
“Todas as noites eu assino o livro que nasceu da peça (e não vice-versa), após o espetáculo. Dezenas de pessoas me contam a forma secreta e íntima onde foram tocadas. Não há uma noite em que eu não me comova e vá às lágrimas com esses relatos. As pessoas se sentem autorizadas a fracassar, e isso é libertador”, revelou.
Com a peça, que tem o mesmo título do livro lançado pela atriz ano passado, ela explicou que aprendeu a reconhecer suas vitórias. “Eu olho para minha história a cada mau passo que dou para tentar mudar, ando de olho bem aberto e com a coragem que a vida me deu. Hoje em dia também aprendi a reconhecer algumas vitórias. Passo por alguns eventos da minha vida, mas é quase de raspão, para chegar na sua. Nunca foi sobre mim, a peça é sobre você”, disse.
Apenas em uma questão Proença preferiu ser misteriosa. Quando questionada se está solteira ou namorando após o anúncio do término com Adriana Calcanhoto, ela disse: “Sou viciada em paixão, ela motiva e encanta”. A atriz também disse que não vai rotular após ser perguntada se é bissexual. “Me considero livre! Não colocarei uma tarja na cabeça, o mundo que o faça se precisar disso. Sou livre, bem livre”, avisou. Por fim, Proença destacou a diferença entre se relacionar com homem e mulher. “Eu me relaciono com pessoas, todas muito diferentes entre si. Entre homens e mulheres, há diferenças significativas nos corpos”, concluiu.
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