Marcão do Povo é absolvido pelo STJ em caso de injúria racial contra Ludmilla; cantora se manifesta

O caso corre na Justiça desde 2017, quando o apresentador chamou a cantora de “pobre macaca” ao vivo, no “Balanço Geral”

Marcão do Povo foi absolvido das acusações de injúria racial contra Ludmilla pelo Superior Tribunal de Justiça. O apresentador, que enfrentou um processo iniciado em 2017 devido a comentários feitos enquanto estava na Record, havia sido anteriormente condenado em segunda instância a pagar uma indenização de R$ 30 mil e cumprir pena de um ano e quatro meses em regime aberto.

A revisão, no entanto, foi feita pela ministra Daniela Teixeira e divulgada pelo portal F5, da Folha de S. Paulo, nesta segunda-feira (23). Ao julgar o recurso, a ministra identificou falhas na sentença anterior, destacando que a condenação se baseou em um vídeo editado, o que prejudicou uma avaliação justa do caso.

Ela afirmou: “É temerosa a aceitação de vídeo editado para sustentar um decreto condenatório em que foi excluída toda a fala do recorrente, havendo ênfase em determinadas expressões sem a devida contextualização”. Diante dessa constatação, a ministra decidiu pela absolvição de Marcão, levantando questões sobre a integridade do material usado como prova.

Em resposta, a defesa de Ludmilla expressou desapontamento e anunciou planos de apelar. “Confiamos que o colegiado reverterá a decisão, julgando a conduta do acusado criminosa e preconceituosa, impedindo, assim, um imenso retrocesso para a luta contra o racismo no País”, diz o texto. Até o momento, Marcão do Povo não comentou publicamente sobre sua absolvição.

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Relembre o caso

O caso corre na Justiça desde 2017, quando o atual comandante do “Primeiro Impacto” chamou Ludmilla de “pobre macaca” durante o programa “Balanço Geral“, na edição transmitida pela Record TV brasiliense. Na época, o apresentador reportava um encontro da cantora com fãs, no qual ela teria evitado tirar fotos com os admiradores.

Marcão foi acusado pelo Ministério Público do DF por injúria racial e acabou absolvido pela 3ª Vara Criminal, em primeira instância, em março de 2023. No entanto, a defesa da artista recorreu e acabou vencendo a disputa na segunda tentativa, o que foi revertido novamente com a decisão da ministra Daniela Teixeira.

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