Hugo Gloss

Maria Casadevall fala pela primeira vez sobre namorada: ‘A heterossexualidade para mim era compulsória’

Maria Casadevall falou publicamente pela primeira vez de seu atual relacionamento, com uma baiana percussionista, cujo nome não foi revelado. A atriz concedeu uma entrevista ao “O Globo”, em que contou da namorada, refletiu sobre a fama e como sua carreira tem se transformado nos últimos tempos, focando em lutas importantes para a artista.

Eu me relaciono há um ano e meio com uma mulher muito maravilhosa. Ela é baiana e percussionista. Já tinha vivido algumas experiências com mulheres, mas não relacionamentos longos. Percebi que a heterossexualidade para mim era compulsória, eu a via inconscientemente como uma regra. E, quando entendi e dei ouvido para o meu corpo, e através do encorajamento de ver outras mulheres, eu me senti à vontade pra viver o que queria”, contou a atriz de 33 anos.

Em 2013, Casadevall fez sucesso na novela “Amor à Vida”, em que interpretou Patrícia Mileto e formou par romântico com Caio Castro. O relacionamento atravessou as telinhas e existiu também na vida real. Sobre o namoro, porém, ela afirma que “não faz mais sentido colocar em pauta esse assunto”.

O folhetim rendeu uma hiperexposição que acabou assustando Maria. “Muitas vezes, foi violento. Fazer da minha presença em algum evento, um trabalho, por exemplo, era tão violento que não fazia sentido“, disse. Esse tipo de mídia não faz o estilo da paulistana. “Sou introspectiva, embora isso pareça uma contradição para uma pessoa que escolheu ser atriz. Entre o ação e o corta e sobre um palco, me expressar é vital. Mas, quando volto para a realidade que não é cênica, tenho dificuldades“, revelou.

Maria em ação na série “Coisa mais linda”. (Foto: Reprodução/ Netflix)

Suas últimas escolhas profissionais têm relação com essa vontade de se preservar, além de servir como instrumento de luta pelos seus ideais. “Comecei a escolher projetos mais voltados para assuntos importantes e urgentes para mim e com um alcance menor em termos de quantidade, mas maior em termos de qualidade e de diálogo com o espectador”, pontuou ela.

Nós mulheres temos sido rotuladas ao longo dos séculos pela estrutura patriarcal. Um dos mecanismos que mais nos limita é só ter direito a uma manifestação do ser: ou é a santa ou é a puta… E acredito que mesmo ‘guerreira’ é mais um rótulo. Ser humana é também lidar com as pluralidades do ser. Tanto a Joana (protagonista de “A Garota da Moto”) como a Malu (“Coisa mais linda”) e a Júlia (“Ilha de Ferro”) têm essa humanidade, são falíveis e ao mesmo tempo são movidas por algo em que de fato acreditam“, refletiu Casadevall sobre seus projetos disponíveis no Globoplay e na Netflix.

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