Dilson Alves da Silva Neto, conhecido como Nego Di, teve a liberdade provisória concedida nesta quarta-feira (27) pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Contudo, publicações feitas por suas advogadas de defesa, Tatiana Vizzotto Borsa e Camila Kersch Rodrigues, tornaram-se objeto de análise do Ministério Público do Rio Grande do Sul, que avalia se as postagens infringiram as condições impostas para a liberdade do ex-BBB.
As advogadas compartilharam o momento ao lado de Nego Di, horas após ele deixar a Penitenciária Estadual de Canoas (Pecan), na região metropolitana de Porto Alegre, onde esteve preso por 130 dias.
No Instagram, as defensoras publicaram uma foto sorrindo e brindando, enquanto o comediante aparecia ao fundo fazendo um gesto para a câmera. Na legenda, escreveram: “Como esperamos para postar este retrato”. O registro foi deletado posteriormente, sob a suspeita de violação das regras estabelecidas pelo ministro Reynaldo Soares da Fonseca, da 5ª Turma do STJ, para a concessão da liberdade.
Nego Di foi preso preventivamente em julho, acusado de estelionato e lavagem de dinheiro. Ele e um sócio são apontados como responsáveis por lesar mais de 370 clientes de uma loja virtual, a Tadizuera, que teria causado prejuízo superior a R$ 5 milhões ao não entregar os produtos vendidos.
Na decisão que garantiu a soltura, o ministro destacou que “os fatos denunciados datam de 2022”, que “a investigação foi concluída”, que “a ação penal está em curso” e que “os supostos crimes não envolveram violência ou grave ameaça”. Também pesaram a favor de Nego Di o fato de ele ser réu primário e ter residência fixa.
A liberdade foi condicionada ao cumprimento de cinco medidas: comparecimento periódico em juízo, proibição de mudar de endereço sem autorização judicial, proibição de sair da comarca sem autorização prévia, proibição de frequentar/usar redes sociais e entrega do passaporte.
Entretanto, com a postagem das advogadas, uma das condições parece ter sido descumprida, colocando em risco a liberdade provisória do ex-BBB. O Ministério Público do Rio Grande do Sul afirmou, em nota, que “todas as informações e notícias sobre possível violação serão analisadas para que o MPRS tome as medidas cabíveis”.
O MP não esclareceu, porém, se solicitará o retorno de Nego Di à prisão caso identifique irregularidades. Procurada pelo portal GZH, a advogada Tatiana Vizzotto Borsa declarou que não comentaria o caso publicamente.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques🚨AGORA: Nego Di deixa presídio em Canoas, no Rio Grande do Sul, após 130 dias preso. pic.twitter.com/8OaApYRc6c
— CHOQUEI (@choquei) November 27, 2024