A atriz Paula Barbosa, conhecida por suas participações em novelas da Globo como “I Love Paraisópolis”, “Meu Pedacinho de Chão” e “Pantanal“, revelou detalhes íntimos sobre sua gestação ao UOL Universa. Ela contou que foi enganada por seu médico de longa data, que teria inventado um suposto problema cirúrgico para mantê-la como paciente.
A gravidez foi inesperada, ocorrendo logo após o término das gravações de “I Love Paraisópolis”. Paula explicou que não usava anticoncepcional, mas tinha cuidado com as datas. No entanto, após se confundir com o aplicativo de controle, acabou tendo relações durante seu período fértil. “Pensei: ‘Uma única vez, qual a chance?’ Estava grávida! Não tinha planejado, mas já conversávamos bastante sobre o assunto e se acontecesse seria muito bem-vindo!”, disse.
A atriz revelou que as mudanças em seu corpo durante a gestação foram surpreendentes. Após anos de tratamento para distúrbios do sono e crises de ansiedade, ela finalmente conseguiu lidar com esses problemas. “Quando descobri a gravidez, estava sendo medicada e tive que parar de tomar alguns remédios. Me apavorei, mas os hormônios da gestação me fizeram tão bem que foi a melhor época da minha vida. Digo sempre que a gravidez foi o meu melhor remédio!”, contou.
Na época, Paula ainda era atendida pelo médico que a acompanhou desde sua primeira visita ao ginecologista e que cuidava de toda sua família. “Por isso eu confiava muito nele, mas quando optei por um acompanhamento humanizado, percebi que não era o método dele. Estava grávida de seis meses, e fui à última consulta para informá-lo da minha decisão de não seguir o pré-natal, pois tinha muito carinho por ele…”, lembrou.
Foi nesse momento que a atriz foi surpreendida com um diagnóstico inesperado: “Ao final da consulta, ele me entregou um pedido de internação para a manhã seguinte e me disse que eu estava com um problema cirúrgico. Não acreditei! Fui para casa arrasada”.
A conversa gerou dúvidas em Paula, que, ao discutir com o marido, percebeu que algo estava errado. “Ele [o marido] disse para seguirmos o meu instinto. Na mesma noite, minha irmã conseguiu me encaixar com um especialista. Ele me analisou e perguntou por que eu estava lá. Contei a situação e ele disse que eu não tinha absolutamente nada. Minha gestação estava perfeita e o bebê, saudável”, detalhou.
O mesmo aconteceu com outro médico, o que acendeu um alerta para Paula. “Na manhã seguinte, desmarquei a cirurgia e fui a outro especialista que falou a mesma coisa. Me dei conta de que como eu iria seguir a gravidez com outra equipe, o médico criou essa situação para me ‘prender’ a ele. Era um médico conhecido, atendia muita gente famosa, tinha o ego nas alturas. Eu o amava e tudo o que ele falava era lei para mim”, refletiu.
Barbosa desabafou sobre a experiência: “Foi um baque muito grande. Demorei para conseguir acreditar. Mas o fato é que, infelizmente, alguns médicos têm a vida das pessoas nas mãos e acabam manipulando pacientes que são leigos. Às vezes por dinheiro, às vezes por ego, mas o fato é que acontece — e muito”.
Apesar de recusar o procedimento, Paula contou que o médico tentou convencê-la a mudar de ideia. A insegurança gerada por essa situação a fez reconsiderar o parto humanizado e enfrentar uma série de medos nos meses seguintes da gestação.
“Tomei a decisão de seguir o meu instinto e não fazer a cirurgia, mas o meu médico anterior continuava a me mandar mensagens dizendo que eu estava assumindo um risco muito grande e poderia perder o meu filho a qualquer momento. Algumas pessoas da minha família, que também confiavam nele de olhos fechados, ficaram com medo. Mesmo com outras opiniões médicas, eu estava indo contra o médico que me conhecia desde os meus 15 anos. Fiquei muito insegura, com medo, acabei não seguindo o caminho do parto humanizado, como eu queria e fiquei muito preocupada, acabava fazendo exames toda semana para ter certeza que estava tudo bem. Olhando hoje, penso que foi um filme de terror”, confessou.
Na reta final da gestação, ela estava ansiosa para ter o bebê nos braços e acabar com o “mistério” da suposta condição. “Eu chamava de instinto, mas era quase uma voz me dizendo que eu estava fazendo o melhor para o meu filho. Às vezes penso que era um anjo. Tive fé nesse sentimento. Estava tudo tão aflorado em mim, fisicamente e emocionalmente. Ser mãe conecta a gente com algo inexplicável. Uns chamam de divino, outros de essência — não sei ao certo, mas sei que algo acontece”, disse ela. “Na reta final, eu já não aguentava mais de ansiedade. Queria pegar meu filho no colo, ver que ele estava bem. Só pensava em fazer o que fosse melhor para ele independentemente de atender aquilo que idealizei”, admitiu.
Por fim, Paula optou por uma cesárea, que, segundo ela, foi tranquila. “Daniel nasceu saudável e era a coisinha mais linda desse mundo. Me lembrar desse momento enche meu coração de amor. Penso que tudo o que passei foi uma experiência que me fez amadurecer muito. Quando soube que estava grávida, eu só quis curtir, viver intensamente aqueles nove meses. Teve a questão dos remédios no início que me deixou tensa. Por isso, não li sobre parto, não pesquisei muito e acabei ficando nas mãos do médico”, refletiu.
Ela finalizou com um conselho para outras mulheres: “Digo para as futuras mamães que elas devem buscar conhecimento sobre esse momento. Tanto sobre toda a transformação da mulher, como da evolução do bebê. Cada semana é uma coisa nova, uma sensação nova. É importante a gente entender para não sentir medo. Cada gestação é única. Então quanto maior o entendimento, mais segura a mulher vai se sentir diante de tantas mudanças”.
Siga a Hugo Gloss no Google News e acompanhe nossos destaques