PC Siqueira retoma canal no YouTube, é criticado e divulga comunicado sobre acusações: ‘Não estou fingindo que nada está acontecendo’

Na terça-feira (24), PC Siqueira voltou ao YouTube, cinco meses após desativar seu canal na plataforma. O “Mas Poxa Vida” ficou indisponível em junho, dias depois do criador de conteúdo ser acusado de pedofilia, e se tornar alvo de investigação da 4ª Delegacia de Proteção à Pessoa, do Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP) de São Paulo. O processo segue sob segredo de Justiça.

Na ocasião, PC afirmou que o caso se tratava de uma “articulação criminosa” para tentar acusá-lo de “algo terrível, que jamais cometeria”. Em seu retorno à plataforma, Siqueira não tocou no assunto e apareceu lendo e comentando notícias do mundo. O vídeo, entretanto, se inicia com o paulista ao telefone, pedindo o cancelamento de um “tapete turco” que encomendou, sob a justificativa de que teria estourado o limite de seu cartão. Os comentários da publicação foram desabilitados.

A declaração intrigou diversos internautas. Muitos interpretaram a fala como sendo uma clara referência à “Operação Tapete Persa”, deflagrada em junho de 2009. A ação, realizada em parceria com a Interpol e a Polícia Criminal de Baden-Württenberg, da Alemanha, fez uma varredura na web em busca de pessoas que estariam distribuindo, compartilhando e divulgando material de pedofilia na internet. Diversos brasileiros, inclusive, foram presos por envolvimento.

O nome da operação faz alusão a um dos registros compartilhados pelos pedófilos, no qual uma criança de 5 anos é abusada sexualmente. Ao fundo na imagem, há um tapete persa. Confira reações do público abaixo:

https://twitter.com/opedroangelo/status/1331655918698827783?s=20

https://twitter.com/alpacaverdosa/status/1331732653289197569?s=20

Siqueira solta comunicado oficial

PC não se manifestou sobre os comentários relacionados ao “tapete persa”, mas ainda ontem (25), publicou um novo vídeo, no qual reforça, por vezes, ter sido vítima de “perseguição e acusações mentirosas”, que causaram gravíssimos danos à sua saúde física e mental.

“Em respeito àqueles que admiram meu trabalho e que me acompanham, eu devo esclarecer algumas coisas que, nos últimos meses, foram objeto de muita especulação, achismo e boatos por todos os lados. Por orientação de meus advogados, me mantive calado até agora, mesmo sofrendo muito com toda a perseguição e acusações injustas e mentirosas a que fui submetido, e com a impossibilidade de explicar aos meus seguidores acerca da não veracidade, distorção e manipulação dos fatos, o que causou gravíssimos danos à minha saúde física e mental”, começou.

Continua depois da Publicidade

“Essa orientação, evidentemente, visou tão somente colaborar com os trabalhos da Justiça no esclarecimento total dos fatos, já que nunca fiz nada de incorreto e isso já está sendo provado perante as autoridades. Além disso, é de meu maior interesse que tudo seja devidamente elucidado perante as autoridades competentes para que eu, minha família e amigos prossigamos nossas vidas sem as constantes ameaças de morte e agressões que estamos sofrendo”, seguiu.

Ainda no relato, o youtuber explicou que retomou os trabalhos para prover o próprio sustento, assim como o de familiares idosos que dependem dele financeiramente. “Desde o início, sempre estive à disposição irrestrita da Justiça, colaborando com a elucidação absoluta dos fatos. Acredito e confio no trabalho de todos os órgãos e agentes públicos e tenho a total certeza de que, muito em breve, tudo será esclarecido e poderei me comunicar de forma mais livre. Eu NÃO estou fingindo que nada está acontecendo e ninguém está ‘passando pano'”, ressaltou.

Continua depois da Publicidade

O influencer também disse ter sido, indevidamente, alvo de uma “espetacularização”. “Lamento a frustração de quem gosta do meu trabalho e se sentiu enfurecido com a falta de palavras e, por fim, lamento ainda mais às pessoas que se utilizaram disso para o próprio benefício. Infelizmente, tendo em vista que a apuração dessas acusações das quais fui vítima está em curso pelos órgãos públicos competentes e nelas foi determinado, pelas autoridades incumbidas, o sigilo de Justiça, estou legalmente impossibilitado de falar sobre qualquer aspecto disso com qualquer pessoa que seja, como sempre estive desde o começo”, declarou.

O pedido de desculpas se estendeu: “Desculpem-me por isso, mas infelizmente é uma obrigação a mim imposta por lei e por meus advogados. Nada obstante, uma coisa é certa e deve ser repetida: Eu, Paulo Cezar, jamais cometi ou cometeria nenhum crime como os quais falsamente me imputaram. Dessa forma, estou, como sempre estive, colaborando dia e noite para que, bastante em breve, a verdade venha à tona e tudo seja devidamente esclarecido à Justiça, sendo essa falsa imputação de crime desmentida de uma vez por todas pelos órgãos oficiais”.

“Reafirmo que confio integralmente no trabalho do Poder Judiciário e da Polícia Civil do Estado de São Paulo e que estou à inteira disposição dos órgãos competentes, que muito em breve provarão que nada tenho a ver com qualquer crime que seja”, encerrou. Assista à publicação na íntegra, abaixo:

Entenda o caso

No dia 10 de junho, prints de uma suposta conversa entre PC Siqueira, de 34 anos, e uma pessoa anônima foram divulgados na web. Nas mensagens, Siqueira revelaria ter recebido fotos de partes íntimas de uma criança de apenas seis anos. “Tenho uma coisa pra você”, teria dito o youtuber, logo no início. Após enviar a imagem, ele diz para o outro apagar imediatamente. “De quem era aquela bunda?”, o amigo indaga.

Siqueira diz que recebeu a imagem durante um Facetime com uma amiga. “Da filha dela”, responde. “Fiquei reparando no baby doll [risos]. Ela mandou a filha mostrar a bunda pra você?”, indaga o anônimo. “[Risos] Meio que sim. Mas apaga JÁ. TUDO”, pede o youtuber. E acrescenta: “MAS TEVE ISSO. And it was awesome [e foi demais] [risos]”.

“A história é excitante. Quantos anos tem a filha dela?”, pergunta a pessoa. “6”, responde Siqueira, que ri e coloca um emoji de “o que fazer?”. “Sorry. Mas foi só isso também. Mais nada”, ele afirma. “É mais excitante a mãe fazer isso. Do que a menina em si”, diz o amigo, e Siqueira ri e concorda. “Mas ela já mandou fotos tempos atrás. Na época que ela não sabia nada”, diz. “De quê?”, questiona o anônimo. “Da menina”, o youtuber responde. “Mandou foto da menina como?”, insiste o amigo. “[Risos] Tem gente assim no mundo. Como cê acha?”, Siqueira responde. “Pelada ‘caraio’?”, questiona o anônimo. Siqueira afirma: “[Risos] lógico”.

O amigo pergunta se a mulher que mandou fotos da filha fez isso “do nada”. “Uns shots da bunda dela [risos]. Mas foi só uma vez. Ela não faz mais porque agora ela [filha] entende e dá m*rda. Enfim, só queria compartilhar [risos]. Beijos mil, apaga”, finaliza. A conversa foi originalmente publicada na web pelo “ExposedEmo1”, mas já tirada de circulação.

PC se defende 

No dia seguinte, PC Siqueira se manifestou sobre o assunto pela primeira vez e negou a veracidade do vídeo. “Fui pego de surpresa ao ver meu nome sendo utilizado por uma articulação criminosa, que tentou me acusar de algo terrível, que jamais cometi ou cometeria. Confesso que fiquei chocado, atordoado e passei por um dos piores momentos da minha vida. Ninguém imagina um dia ver seu próprio nome envolvido com um crime abominável. Pra quem não sabe, um perfil sem credibilidade, que não sabemos quem faz ou está por trás dele, foi o instrumento para gerar essa fake news”, afirmou ele, alegando que se trataria de uma tentativa de “descredibilizar, fazer com que minha voz fosse calada e que a opinião pública me agredisse cegamente”.

“Se trata de uma mentira escancarada e grotesca! Recebi uma série de mensagens, acusações, xingamentos, minha família foi atingida, meu psicológico enormemente abalado. Como vocês podem notar, ao ponto de eu não conseguir me pronunciar por vídeo – o que devo fazer quando eu estiver reestruturado. Vocês não tem ideia de como foram minhas últimas 24 horas”, adicionou Siqueira.

PC Siqueira alegou que as acusações de pedofilia seriam “fake news”. (Foto: Reprodução/Instagram)

O youtuber se defendeu, citando hipóteses de que os arquivos que viralizaram na web seriam falsos: “Se formos prestar atenção nesse vídeo asqueroso, ele leva 1 minuto e 31 segundos para o relógio do celular mudar! Nem esse cuidado os falsificadores tiveram. Além disso, o símbolo de verificação tem um espaçamento diferente do verdadeiro. Está tudo ali, pra quem quiser ver. A operadora da suposta linha do vídeo é pré-paga dos Estados Unidos. O celular é um samsung e está gravando a tela de um iphone. Enfim, são muitas evidências que demonstram a falsificação mal feita”.

“A mais importante delas é que não sou eu. Eu vim aqui esclarecer isso a vocês e a todos que estiveram interessados neste assunto. Tenho recebido ameaças devido ao meu posicionamento político há algum tempo, mas nunca imaginei que seria atingido por algo tão baixo”, completou o Siqueira, que também pediu: “Pessoal, por favor, prestem mais atenção nas informações que vocês recebem e consomem na internet. Isso é muito perigoso! Não compartilhem conteúdos que possam destruir a vida de alguém, sem antes checarem a veracidade disso”, encerrou ele em um post, deletado dias mais tarde do Instagram.