O cantor R. Kelly foi condenado a 20 anos de prisão nesta quinta-feira (23). Um tribunal federal de Illinois, em Chicago, julgou 13 acusações de crimes sexuais recebidas pelo artista e deu seu veredito. Kelly está preso desde 2019 por extorsão e tráfico sexual.
O júri condenou Kelly em 6 das 13 acusações ligadas a abuso sexual na década de 1990. Três delas por coagir menores a atos sexuais, e outras três por produzir conteúdo de pornografia infantil. Segundo o The New York Times, o músico tinha três filmagens nas quais aparece abusando sexualmente de sua afilhada, que tinha apenas 14 anos. O cantor acabou inocentado em duas outras acusações de aliciamento e de tentar obstruir uma investigação anterior sobre o crime de abuso.
Kelly cumprirá 19 anos de sua pena simultaneamente com a sentença anterior, do caso julgado em Nova York, no qual ele foi condenado a 30 anos de prisão por tráfico sexual e extorsão.
Os promotores federais, entretanto, argumentaram que Kelly deveria ser condenado a 25 anos de prisão para além da pena que já estava cumprindo. Eles alegaram que o artista representaria um risco para a sociedade caso fosse solto, citando o que seria uma “falta de remorso” dele. “A única maneira de garantir que ele não reincidirá [o crime] é impor uma sentença que o deixe preso pelo resto de sua vida”, afirmou a promotora Jeannice Williams Appenteng.
O advogado de uma vítima, identificada como Jane, também leu uma declaração dela sobre como os repetidos abusos afetaram sua vida. No texto, a mulher pediu que Kelly ficasse preso por quanto tempo a lei permitisse. “Eu nunca vou conseguir ‘desver’ a pornografia infantil. Nenhuma terapia vai me tornar normal”, disse ela em seu comunicado.
Jennifer Bonjean, advogada de R. Kelly, afirmou que o seu cliente “provavelmente morrerá na prisão de qualquer maneira”, já que o réu tem 56 anos e deve ficar atrás das grades até depois dos 80. Mas ela argumentou que ele não representaria nenhuma ameaça com a idade avançada, caso ele não morra enquanto cumpre a pena. A defesa está recorrendo das condenações tanto do julgamento de Brooklyn, quanto do de Chicago.