Nesta sexta-feira (23), vieram à tona novos áudios de Robinho, condenado a nove anos de prisão pela Corte de Cassação da Itália por violência sexual em grupo cometida contra uma mulher albanesa, numa boate em Milão, em janeiro de 2013. Nos clipes do podcast “Os grampos do Robinho“, do UOL, o jogador conversa com amigos sobre os acontecimentos da noite fatídica. Ele demonstra preocupação com o casamento e com a convocação para a Copa do Mundo.
Nos registros, Robinho percebe que as investigações da polícia italiana podem ter consequências sérias. “Se essa p*rra sair na imprensa, já era Copa, já era casamento. De novo acusado de estupro. Aí nego vai falar um monte de m*rda, f*der minha imagem, de novo essa m*rda”, diz ele.
O episódio ainda mostra uma conversa do jogador com a esposa, Vivian, em que ele admite o receio de que mais pessoas saibam do caso. “Tudo que puder evitar é melhor, sabe por quê? Porque a gente não confia. Eu confio em você, você confia em mim, isso aí eu confio. Agora, esse povo que puder evitar de falar: ‘Fez isso, fez aquilo, onde é que tu tá?’. Porque isso daí eles podem usar contra nós. A gente pode ficar na mão dessas bombas aí. Não precisa ficar fazendo perguntas”, afirma.
Com o avanço das investigações, enquanto a polícia ouvia o depoimento dos envolvidos, Robinho começa a falar com os amigos sobre religiosidade. “Tô há um ano sossegado, mané. Juro pela saúde do meu filho. Meu pai acabou de falar agora: ‘Isso aí é coisa do diabo. Tá ficando sossegado, tem alguma coisa'”, declara.
“Eu tô sossegadão, mané! Nunca mais eu vou me envolver com qualquer outra mulher que não seja a minha esposa. Esse é um compromisso, um propósito que eu faço com o Senhor, ó Pai. Eu nunca mais vou me envolver com uma mulher que não seja a minha esposa”, continua.
Num dos principais áudios revelados pelo podcast, é possível ouvir uma conversa do futebolista com Jairo, músico e amigo de Robinho, além de organizador da festa em que tudo aconteceu. O evento ocorreu na noite de 22 de janeiro de 2013, véspera do aniversário de 30 anos do então atacante do Milan.
Jairo não participou, mas nas ligações pra Robinho e pra uma outra amiga, ele confirmou ter visto o que aconteceu. A mulher foi chamada para depor, mas não foi indiciada e nem estava no local do crime. “A coisa não é básica, não. Nem baixa. Estupro, aquilo é estupro, o que aconteceu. Seis nego é f*da, né? Seis nego é muita coisa”, diz.
Em seguida ele afirma que não viu para onde os amigos tinham ido, pois teria “alertado” o grupo. “É que eu não vi, sabe? Sinceridade, de onde eu tava não dava pra ver. Eu sei que eles sumiram. Eu vi que o Robinho tava ali tocando comigo, e de repente os caras sumiram. E eu nem percebi direito, eu vi que os caras tavam ali na frente e de repente sumiram. A mina eu não tinha percebido, mas se eu tivesse visto eu ia falar: ‘Ô, para com essa p*rra aí, véio. Vai tomar no c*, rapá'”, conta o músico.
No áudio, Jairo ainda tenta culpar a vítima pelo crime. Segundo ele, a moça teria se “insinuado” para os amigos: “A safada tava querendo, tocava, vinha mais dois, roçava, mas roçava gostoso, sabe? Até ela dançar de costas e botar a mão pra trás e segurar no pa* do cara. Aí é foda, tá pedindo, mas mesmo assim, meu amigo”.
Ouça o podcast na íntegra:
Ao longo das investigações, a vítima reconheceu, por fotos, os amigos do jogador que estavam na festa, entre eles Claytinho, Rudney e Fabio Gala. A mulher também acusou o personal trainer Alexandro da Silva de ser o primeiro a forçar uma aproximação.
A narração do podcast apontou, ainda, que na época em que a polícia começou a grampear as ligações dos amigos de Robinho, as memórias do crime já eram um assunto recorrente nas conversas. Ao descobrir sobre a investigação, Robinho até mesmo ligou para Alex, que já tinha voltado para o Brasil, para alertá-lo.
Entretanto, a primeira notícia da acusação contra o futebolista brasileiro só veio à tona na imprensa italiana em outubro de 2014, quando Robinho já havia retornado ao país para jogar pelo Santos. Na época, a Justiça italiana não considerou a defesa do jogador relevante o suficiente e confirmou a condenação de Robinho e Falco por estupro coletivo. Desde então, Robson de Souza permanece em liberdade, já que o Brasil não extradita seus cidadãos.