Sky Roberts, pai de Virginia Giuffre, afirmou que não acredita que a filha tenha sido vítima de suicídio. Em entrevista ao programa “Piers Morgan Uncensored”, nesta quinta-feira (1º), ele disse estar em choque com a morte da ativista e reforçou suas suspeitas de que ela possa ter sido alvo de terceiros.
“Não acho que ela tenha tirado a própria vida. Comecei a chorar na hora. Ainda estou chorando. Não consigo acreditar que isso está acontecendo. É simplesmente impossível. E aí dizem que ela cometeu suicídio… Não tem como. Alguém chegou até ela”, desabafou.
Roberts descreveu a filha como uma mulher determinada, que seguia firme em sua missão de ajudar outras sobreviventes de abuso sexual. Ele destacou o trabalho que ela desenvolvia por meio de sua fundação, voltada ao apoio de mulheres que passaram por experiências semelhantes às que ela enfrentou: “Ela tinha a fundação dela. Ela saiu de uma situação horrível e transformou isso em algo positivo”.
O pai da ativista também reiterou sua confiança nas denúncias feitas por ela contra Jeffrey Epstein, Ghislaine Maxwell e o príncipe Andrew. “Acreditei em tudo o que ela disse. Era minha filha”, afirmou. Roberts contou ainda que foi Virginia quem lhe enviou, anos antes da exposição pública do caso, a imagem em que aparece ao lado do duque de York.
“Foi ela quem mandou a foto original, então eu sei que não foi forjada. A imagem mostra o príncipe Andrew com ela, e a Ghislaine Maxwell ao fundo. Então eu sei que é real. Ela esteve com ele”, contou Sky.
Em 2021, Virginia moveu um processo contra Andrew, acusando-o de agressão sexual e alegando que ele a abusou quando ainda era menor de idade, dentro da rede de tráfico sexual mantida por Epstein. Apesar de negar as acusações, o príncipe britânico chegou a um acordo fora dos tribunais em 2022, desembolsando cerca de US$ 12 milhões para Giuffre (R$ 63 milhões).
Para Sky, o pagamento é um indicativo claro de culpa: “Quero dizer, parece uma admissão de culpa quando você paga alguém dessa forma. Foi assim com o Jeffrey Epstein, com a Maxwell… Estão admitindo culpa. Por que ele gastaria 12 ou 15 milhões para dar a ela?”. Ele também não poupou críticas ao duque de York, descrevendo-o como “um membro poderoso da realeza que faz o que quer”.
Virginia Giuffre morreu no dia 25 de abril, aos 41 anos. A família informou que a causa da morte foi suicídio. Em nota enviada à revista People, os familiares ressaltaram sua trajetória de luta e o impacto que ela teve na vida de outras vítimas.
“Virginia perdeu a vida para o suicídio, após ser vítima de abuso sexual e tráfico sexual durante toda a vida. Virginia foi uma guerreira incansável na luta contra o abuso e o tráfico sexual. Ela era uma luz para muitos sobreviventes. Mesmo com toda a adversidade que enfrentou, ela brilhava intensamente. Sua falta será sentida de maneira imensurável. Os maiores amores da vida dela eram seus filhos: Christian, Noah e Emily”, diz o comunicado.
Em uma carta escrita à mão antes de morrer, Virginia deixou uma mensagem contundente: “Mães, pais, irmãs e irmãos precisam mostrar que as linhas de batalha estão traçadas, e que estamos juntos na luta pelo futuro das vítimas. E protestar é a resposta? Não sei. Mas temos que começar de algum lugar”.
Pouco antes da morte, ela relatou ter sido atropelada por um ônibus escolar e disse que lutava pela própria vida. No entanto, a Polícia da Austrália Ocidental (WAPF) divulgou uma versão diferente. Segundo um porta-voz da corporação, a ocorrência registrada no dia 24 de março foi classificada como um “acidente leve” entre um ônibus e um carro, sem feridos. Virginia recebeu alta hospitalar seis dias após o episódio.
IMPORTANTE: Se você ou alguém que você conhece está passando por dificuldades emocionais ou considerando o suicídio, ligue para o ‘Centro de Valorização da Vida’ pelo número 188. O CVV realiza apoio emocional, atendendo voluntária e gratuitamente todas as pessoas que querem e precisam conversar, sob total sigilo por telefone, email e chat 24 horas todos os dias. Para mais informações, clique aqui.
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