Hugo Gloss

Sia revela que salvou dançarina mirim, Maddie Ziegler, de entrar num avião com Harvey Weinstein: “Foi nojento”

A cantora Sia tem um sexto sentido bem aguçado, e não deixa suas intuições passarem despercebidas. A australiana revelou que esse “feeling”, inclusive, já a ajudou algumas vezes a aconselhar Maddie Ziegler, dançarina mirim que estrelou o clipe de “Chandelier”, aos 11 anos de idade.

Em entrevista ao programa de rádio Zach Sang Show, Sia explicou que desenvolveu um grande carinho por Maddie, e passou a sentir instintos maternais pela menina. “Assim que conheci Maddie, senti esse extremo desejo e compulsão de protegê-la. A ironia é que eu não queria ser famosa, mas coloquei essa criança sob os holofotes”, explicou a cantora, que recentemente se tornou avó, após descobrir que um de seus filhos adotivos seria pai.

A estrela de “Dance Moms” não queria, entretanto, desistir da carreira artística. Logo, Sia encontrou uma alternativa segura de Ziegler seguir com a profissão. “Pensei que uma boa maneira de de mantê-la em segurança seria continuar fazendo projetos pra ela, e assim, na maior parte do tempo, estaríamos trabalhando juntas – e você sabe que eu não a deixei entrar num voo que Harvey Weinstein queria fazê-la embarcar”, lembrou.

Sem dar muitos detalhes, a australiana explicou que implorou à mãe de Maddie que impedisse a filha de viajar com Harvey. O ex-produtor de Hollywood atualmente cumpre pena de 23 anos por crimes sexuais. “Às vezes, seguir meus instintos realmente fez a diferença para mantê-la em segurança. Aquilo foi nojento, quando ele a convidou, foi aí que liguei imediatamente para Melissa (mãe de Maddie). Eu precisava. Eu apenas disse: ‘Por favor, não faça isso, não faça isso!'”, relatou. Não foi dito quantos anos Ziegler tinha na época do ocorrido, mas é certo que ela era menor de idade – a dançarina tem hoje, 17 anos.

Harvey, de 67 anos, foi declarado culpado por ato sexual criminoso de primeiro grau e estupro de terceiro grau, pelo júri de Nova York no dia 24 de fevereiro. No entanto, ele foi absolvido das acusações mais severas, incluindo a de agressão sexual predatória, que reconheceria um padrão nas ações do empresário e poderia, por conta própria, levá-lo à prisão perpétua, de acordo com o “The Washington Post”.

Apesar de mais de 70 mulheres terem se mobilizado alegando serem vítimas de Weinstein, as acusações no tribunal de Manhattan focaram em apenas duas delas: a antiga assistente de produção Miriam “Mimi” Haleyi, que o acusou de fazer sexo oral nela à força em 2006, e a aspirante a atriz Jessica Mann, estuprada em 2013.

Jessica e Miriam na corte de Nova York em fevereiro (Foto: Getty)

Além da função de “guarda-costas”, como a própria Sia disse exercer em relação à Maddie, a cantora ainda atua como uma empresária da jovem artista. “Recentemente, Maddie foi convidada para participar de um filme e eu senti que o ele não era bom o suficiente para ela, então liguei mais uma vez para Melissa e fiquei tipo: ‘Por favor, não aceitem, pois isso não é bom pra carreira dela. Não é bom para a credibilidade dela a longo prazo. Esta não é uma boa pessoa para se contracenar. Então, apenas tento ajudar a orientar”, acrescentou a diva aos risos.

“Eu posso ser um pé no saco. Acho que o empresário dela acha que sou uma verdadeira dor de cabeça, tenho certeza. Mas eu só quero mantê-la a salvo psicológica e fisicamente. Mas principalmente no âmbito psicológico, porque esse meio é muito prejudicial”, concluiu. Escute a entrevista completa abaixo:

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