O vocalista do Aerosmith, Steven Tyler, foi acusado de abusar sexualmente de uma menor de idade em meados de 1973, segundo reportagem da Rolling Stone.
No processo que veio à tona agora, Julia Holcomb diz ter sido vítima de abuso sexual, agressão sexual, bem como imposição intencional de sofrimento emocional. Ela afirmou, também, que o artista a forçou a fazer um aborto. A ação foi registrada segundo a legislação da Califórnia, que suspendeu temporariamente a prescrição em acusações de abusos sexuais contra crianças.
Em documentos judiciais obtidos na quinta-feira (29) pela revista, Julia afirmou que começou um relacionamento sexual com o vocalista do Aerosmith em 1973, logo após seu aniversário de 16 anos. Na época, Tyler teria 25 anos. Apesar de não nomear o cantor no processo, a mulher já havia falado publicamente sobre seu suposto relacionamento com Steven no passado, o que facilitou as suposições da mídia internacional.
No relato, Holcomb revelou ter conhecido o músico em um show do Aerosmith em Portland, nos EUA, onde ela morava. Ele teria a levado de volta para seu quarto de hotel após o evento. Depois de uma conversa sobre a vida familiar conturbada da fã, Tyler, mesmo sabendo de sua idade, supostamente teria “realizado vários atos de conduta sexual criminosa” com ela. Julia afirmou, ainda, que ele a mandou de volta para casa em um táxi pela manhã.
O rockeiro a teria a levado para o show seguinte do Aerosmith, em Seattle, quando supostamente realizou novos atos sexuais com Julia, antes de levá-la para Portland. Em 1974, Tyler teria convencido a mãe da garota, então com 17 anos, a permitir que ele se tornasse seu tutor legal, supostamente prometendo garantir que ela fosse cuidada e matriculada na escola enquanto o acompanhava em turnê.
Mas, de acordo com o processo, Steven “não cumpriu significativamente essas promessas” e, ao invés disso, “continuou a viajar, agredir e fornecer álcool e drogas” a ela. Já em 1975, a mulher declarou ter engravidado de Tyler. No entanto, o vocalista teria insistido que ela interrompesse a gravidez, ameaçando parar de apoiá-la financeiramente caso ela não seguisse em frente com o procedimento.
Após o aborto, Holcomb diz ter deixado Tyler e retornado para Portland para “começar uma nova vida” como católica devota. Entretanto, em 2011, Tyler publicou um livro de memórias no qual descreveu o relacionamento dos dois. “Eu quase tive uma noiva adolescente, depois que os pais da menina se apaixonaram por mim [e] assinaram um papel para que eu tivesse a custódia [dela]. Dessa forma, eu não seria preso se eu a levasse para fora do estado. Eu a levei em turnê comigo“, relembrou o artista.
Holcomb apontou na documentação que a publicação da biografia a sujeitou a “infâmia involuntária”, enquanto Tyler pintava a falsa imagem de um “relacionamento romântico e amoroso” entre eles. Ela também observou que foi mencionada nos agradecimentos do livro de memórias (supostamente sem consentimento) sob o nome de Julia Halcomb, o que pode ser um erro ortográfico.
A declarante já havia detalhado suas alegações contra Tyler várias vezes ao longo dos anos, inclusive para o site de extrema-direita contra o aborto, Lifesitenews, e durante a Marcha pela Vida de 2012. Após repercussão do processo, veículos como a Rolling Stone e a Page Six contataram os representantes de Tyler, agora com 74 anos. No entanto, não tiveram respostas.