Quem viu a magia nas cenas de “Harry Potter e a Câmara Secreta”, jamais imaginaria um constrangimento que os atores encararam nos bastidores do longa. Tom Felton, o icônico Draco Malfoy, relembrou alguns momentos curiosos das gravações no seu mais novo livro, “Além da magia: O encanto e o caos de crescer como um bruxo”. No entanto, um deles – envolvendo as ousadias de um babuíno – chamou bastante atenção.
Tudo aconteceu enquanto filmavam uma cena marcante do primeiro filme da franquia, da aula de Transfiguração da Professora McGonagall (Maggie Smith). Os jovens atores estavam cercados de animais enjaulados: cobras, macacos, tucanos, e “até mesmo um babuíno bastante mal educado”, como escreveu Felton. “[O babuíno] não sabia das sutilezas das interações sociais e da etiqueta no set e, particularmente, ele não sabia qual o comportamento apropriado para se exibir na frente de várias crianças”, disse o artista.
A situação foi bem… explícita… se é que podemos dizer assim. “Essa é a minha maneira bem indireta de dizer que tivemos de lidar com a intrusão distrativa de um primata que satisfez seus prazeres durante as filmagens da cena”, descreveu ele. Sim: o babuíno decidiu se masturbar vigorosamente na frente das câmeras e dos vários artistas mirins. “Você consegue imaginar o caos que se sucedeu cada vez que um de nós, crianças, vimos o que estava acontecendo no canto dos nossos olhos e gritamos: ‘Meu Deus, olha aquele babuíno!'”, lembrou ele.
“Cartões vermelhos” no set
Apesar do caos momentâneo, o diretor, Chris Columbus, achou uma maneira curiosa de botar ordem nas crianças. Segundo Felton, o cineasta tinha uma espécie de “taxa” para cada vez que algum dos jovens atores causasse alguma distração. “Sempre que um de nós perturbava uma tomada, nós recebíamos um cartão vermelho. O cartão vermelho significava que você tinha que colocar dez libras em uma sacola e, no final da filmagem, todo o dinheiro era doado para caridade. Era um bom plano para nos manter na linha, mas nem sempre funcionava”, recordou.
De acordo com Tom, quem mais dava trabalho era Rupert Grint. “Eu acho que ele colocou mais de 2500 libras [cerca de R$ 14,8 mil] só durante os primeiros dois filmes, tamanha era sua inabilidade de se controlar quando vinham suas risadas”, mencionou o loiro. Numa das ocasiões, Felton e o ator Josh Herdman – o Gregory Goyle – estragaram tomada após tomada de tanto rir, depois que um diplópode, uma espécie de “piolho-de-cobra”, se enrolou e deslizou por uma mesa.
Algumas palavras mais severas foram soltas na ocasião, até que o bichinho foi removido do set. Diante do que aconteceu, Tom tentou se desculpar com Maggie Smith, mas a veterana logo o dispensou. “Eu suponho que, depois de tantas décadas sendo uma mestre na sua arte, dificilmente ela seria descarrilada por alguns adolescentes fazendo bobagens com varinhas e um diplópode na linha do seu olho”, contou ele.