Travis Barker, baterista do Blink-182, revelou que a queda do avião da Voepass, em Vinhedo, no interior de São Paulo, ativou um gatilho em seu medo de voar. O músico, que sobreviveu a um grave acidente aéreo, contou ao Wall Street Journal que estava superando a fobia, mas as notícias sobre a aeronave ATR 72-500 fizeram a situação regredir a ponto do artista decidir fazer uma turnê de ônibus.
Na conversa, Barker confessou que tinha superado parte de seu medo com a ajuda da esposa, Kourtney Kardashian. Ele evitou voar por mais de uma década após o acidente de 2008, que tirou a vida dos dois pilotos, seu segurança e seu assistente pessoal. Seu companheiro de turnê, DJ AM, sobreviveu à queda, mas morreu de overdose de drogas um ano depois. Desde então, o artista teve dificuldade em entrar em aviões até agosto de 2021, quando embarcou em um jato particular com Kourtney.
No entanto, a superação não tem sido um processo linear. Barker contou que, durante a recente turnê pela Europa, ele se sentiu abalado novamente após ler sobre o acidente da Voepass, que resultou na morte de 62 pessoas. “Eu estava bem por um tempo. Mas aquele acidente de avião no Brasil me fez entrar em uma espiral quando eu estava na Europa. Deus abençoe as almas de todas essas pessoas”, disse o músico, emocionado.
Esse gatilho foi o suficiente para Barker reviver o próprio trauma. “Fui afetado como não era há muito tempo, e isso me levou a ter um dos pesadelos mais reais que tive desde o meu acidente”, compartilhou. Como resultado, ele decidiu evitar voar durante o restante da tour. “Fiz 15 viagens de ônibus de 19 horas, andei de balsas. Só tive que voar para a Europa e voltar. Mas não estou em um ótimo estado para voar agora e estou viajando de ônibus o resto do ano. Tenho meus bons e maus momentos, e agora estou realmente fragilizado”, completou.
Atualmente, Travis Barker está nos Estados Unidos para apresentações do Blink-182. A banda também se apresentará na Cidade do México, em novembro, antes de encerrar o ano.
O acidente
O avião com 62 pessoas a bordo, sendo 58 passageiros e 4 tripulantes, caiu em um condomínio no bairro Capela, em Vinhedo, no interior de São Paulo. A VOEPASS liberou o nome das vítimas. O acidente envolveu um avião bimotor de passageiros, modelo ATR-72, que havia decolado de Cascavel (PR) com destino a Guarulhos, na Grande São Paulo. Todas as vítimas foram retiradas dos escombros e levadas para o Instituto Médico Legal paulista, onde foram identificadas.
A PF utilizou um scanner 3D, uma tecnologia moderna, que acelerou a localização dos corpos. Ao g1, o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Maycon Cristo, detalhou o processo. Primeiro, foi realizada uma perícia na parte externa da aeronave e, posteriormente, iniciou-se um trabalho “mais meticuloso” de recorte do bimotor para a retirada de partes que estão em locais de difícil acesso.
“A gente considera um documento, aparelho celular, posicionamento na aeronave, tudo isso para colaborar para a identificação. Considerando toda essa coleta de evidências, aí a gente retira o corpo, coloca no carro e leva para o IML de São Paulo para concluir a identificação”, explicou Cristo. Saiba mais detalhes do caso, clicando aqui.
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