Valesca Popozuda abriu o jogo sobre a pressão estética ao longo de sua carreira. Em entrevista ao jornal Extra, publicada nesta quarta-feira (17), a cantora revelou que quase ficou sem a perna devido às consequências de um procedimento estético, e apontou como conseguiu aceitar que não precisava “se adequar a um padrão”.
Na virada dos anos 2000, a funkeira passou a ser reconhecida por suas músicas e precisou cuidar do corpo, tanto para a intensa rotina de shows quanto para seguir como um símbolo sexual. “Sofria muito com a busca de uma perfeição, para estar dentro do ‘padrão’. Naquela época, por ser desejada, eu tinha que estar bem. No carnaval, tinha que ter corpão saradão, barriga zero, sem gordura nenhuma, passar fome, porque eu tinha que estar bem. Não podia ter nenhuma celulite“, declarou.
Ela continuou: “Ficava preocupada com o que a câmera ia mostrar. Me olhava no espelho e chorava. Me machuquei muito por causa disso. Meu sonho era ser capa de revista, mas muitos falavam que só quem era magra virava capa. Eu procurava saber o que tinha que fazer para poder me adequar. Pensava mais nas pessoas do que em mim“.
A cantora falou que as críticas vinham, especialmente, de outras mulheres. “Quando eu comecei na Gaiola [das Popozudas] com um público muito mais masculino, via a cara das meninas de nojo por eu estar expondo meu corpo. Os anos foram se passando e comecei a cantar sobre a liberdade da mulher, sobre a necessidade de entender nosso corpo, de falar sem ter vergonha, de ensinar como queremos ser tocadas“, relembrou.
“Eu queria que essas mulheres estivessem comigo. Mas as pessoas não entendiam. De certa forma, as críticas me machucavam sim. Eu não estava ali para invadir a privacidade de alguém“, acrescentou a funkeira.
Para se integrar ao padrão imposto pela sociedade, Valesca se tornou adepta dos procedimentos estéticos. Ela contou que quase ficou sem a perna após realizar uma hidrolipoaspiração malsucedida. “Como tinha perna saradona, resolvi fazer uma hidrolipo na região. Eu quase fiquei sem perna. Fiquei um ano escondendo, porque fiquei com hematomas por causa da necrose. Amava minhas pernas. Imagina o sofrimento de viver escondendo“, refletiu.
Atualmente, aos 45 anos, a cantora entendeu que “não precisava se adequar a um padrão”. “Sou uma mulher de carne e osso. Tenho amor-próprio. Já tem tempo que não sofro mais com isso. Quero ser feliz“, finalizou.