A performance de Fernanda Torres em “Ainda Estou Aqui”, filme dirigido por Walter Salles, continua a conquistar reconhecimento internacional e atingiu novos patamares nesta terça-feira (26). Após a repercussão de sua ida no “Governors Awards”, com uma foto publicada no perfil oficial da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas que acumulou mais de 2,8 milhões de curtidas e 802 mil comentários, a atriz brasileira foi aclamada como o mais novo “ícone global” da indústria cinematográfica pela Vanity Fair.
A renomada publicação explorou a trajetória de Fernanda Torres, destacando momentos marcantes de sua carreira, como o prêmio de “Melhor Atriz” no Festival de Cannes, conquistado em 1986 por sua atuação no drama “Eu Sei Que Vou Te Amar” [“Love Me Forever or Never” em inglês]. Na época, aos 19 anos, a atriz não pôde comparecer à cerimônia por estar gravando a novela “Selva de Pedra”.
Ao comentar o episódio, Torres relembrou o impacto dessa conquista no Brasil: “Fiquei tão triste que não recebi o prêmio das mãos de Sting [o cantor, que a anunciou como vencedora]. Mas no Brasil, era como a Copa do Mundo – eu andava pelas ruas com pessoas gritando”.
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A Vanity Fair também enfatizou a crescente popularidade de Fernanda nos Estados Unidos, onde sua atuação em “Ainda Estou Aqui” como Eunice Paiva foi descrita como “silenciosa, elegante e poderosa”. A publicação aponta Torres como uma das principais apostas para o Oscar 2025, competindo ao lado de estrelas como Nicole Kidman, Angelina Jolie e Demi Moore.
Além disso, o perfil destacou a versatilidade da atriz, citando seu trabalho em “A Casa dos Budas Ditosos”, uma adaptação do romance de João Ubaldo Ribeiro, como um exemplo de sua excelência artística.
Falando sobre os desafios da profissão, Fernanda refletiu sobre a importância da reinvenção na carreira: “Para ser um artista moderno hoje em dia, você tem que estar vivo em muitos lugares para sobreviver. Se você continuar esperando por um convite para um filme ou o que quer que seja, você morrerá sentado. Você precisa se reinventar o tempo todo. Então é muito bom envelhecer. É um fato muito bom de envelhecimento”, disse ela para a reportagem.
“As pessoas achavam que eu era uma comediante porque eu era muito popular. Vá para a internet. Quer dizer, eu sobrevivi com a geração jovem porque eu virei meme. Meus memes no Brasil eram como uma febre. Eu tenho muito orgulho deles. Eu acho os memes uma forma superior de arte. Eu gosto de tragicomédias. O Brasil é um país tragicômico. Eu sou uma atriz tragicômica”, completou.
Durante a entrevista, Fernanda também falou sobre a influência de sua mãe, Fernanda Montenegro, e o privilégio de trabalhar ao lado dela. “Meu pai se chamava Fernando. Ela (mãe) se chama Fernanda. Me chamo Fernanda. Freud deveria fazer um caso sobre minha família”, brincou.
Em meio ao debate sobre o termo “nepo baby”, a atriz defendeu a tradição artística passada entre gerações: “Hoje em dia, neste mundo mesquinho em que vivemos, somos chamados de ‘nepo babies’. Mas estamos falando de uma tradição, a família do circo, e isso é algo bonito. É um trabalho que você pode aprender observando, imitando, vivendo em um ambiente. É como os médicos. Mas não, hoje em dia eles decidiram que somos ‘nepo babies’. O mundo está muito bobo”, ressaltou.
O texto reflete o impacto de Fernanda Torres como uma das grandes representantes do cinema brasileiro no cenário internacional, enquanto celebra sua visão artística e legado cultural.
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