No dia 26 de agosto, o pedreiro Fábio Cordeiro da Silva, de 35 anos, faleceu e teve oito órgãos doados. Neste domingo (3), a viúva do doador, Jaqueline Boneti, que acredita que o coração do marido tenha sido o órgão recebido por Fausto Silva, falou sobre o caso. Em entrevista ao “Domingo Espetacular“, da Record TV, a mulher acusou a empresa em que Fabiano trabalhava de negligência.
No relato ao dominical, Jaqueline revelou as circunstâncias da morte do pedreiro. Segundo ela, Fábio estava em um apartamento em obras, no litoral de São Paulo, no dia 23 de agosto, quando sofreu um um AVC (Acidente Vascular Cerebral).
O trabalhador estava sozinho no local e só foi encontrado no dia seguinte, desacordado, mas ainda vivo. “Ele não falava. Tentaram alimentar ele, mas a enfermeira disse que tinha dado AVC”, contou Flávio, o irmão do azulejista. Ele revelou ainda, que, após ser internado, o pedreiro se comunicava com muito esforço e apenas com o corpo.
A viúva apontou que as obras no empreendimento deveriam ter sido encerradas às 18h do fatídico dia. Entretanto, mesmo com o pedreiro desaparecido por horas e sem dar notícias aos familiares, ela alega que o porteiro e a segurança do local nada fizeram para encontrá-lo. “Eu achei a coisa mais revoltante da face da terra, porque isso foi omissão de socorro”, acusou.
Jaqueline continuou com as críticas à empresa. “Como uma pessoa que trabalha em um prédio que tem porteiro, que tem toda a acessibilidade, onde só pode trabalhar até as 18h, não pode ficar com a chave, e ninguém sentiu falta? Ele não poderia ter ficado lá”, lamentou ela, abalada.
Memória viva
Três dias após o acidente, no sábado (26), a equipe médica responsável por Fábio constatou um infarto cerebral não especificado, 24 horas após ele ter passado por uma cirurgia no crânio. Ciente de que não haveria recuperação, Jaqueline decidiu doar os órgãos do marido.
Fausto Silva, que estava em estado grave e internado no Hospital Albert Einstein desde o início de agosto, teria sido o receptor do coração do doador, que chegou até ele no domingo (27). O apresentador ocupava o segundo lugar na fila de espera do SUS (Sistema Único de Saúde) devido à gravidade de seu quadro, revelou a Central de Transplantes do Estado de São Paulo.
Muito emocionada, Jaqueline explicou que, em vida, Fábio expressou o desejo de ser doador e, ainda, sua própria motivação: “Eu sou mãe, e imaginei uma outra mãe rindo [com o coração doado], mesmo eu aqui chorando”. Além de mostrar fotos do amado com a família e detalhes da casa em Mangaratiba, onde eles moravam, a esposa afirmou que a memória de Fábio continua viva. “Não tem uma parte dessa casa que eu não me lembre dele”, finalizou.
Vale reforçar que Sistema Único de Saúde gerencia a fila de transplante de órgãos no Brasil. As identidades do receptor e do doador são preservadas por lei e as informações são reveladas somente aos médicos que têm acesso à documentação. Não há, portanto, a confirmação oficial de que Fábio foi, de fato, o doador do coração de Fausto Silva, apesar da informação ter sido divulgada pelo próprio apresentador.