Viúvo de Zé Celso detalha últimos momentos com o dramaturgo: ‘Eu apagava o fogo com a mão’; assista

Marcelo Drummond explicou como percebeu o incêndio

Marcelo Drummond, viúvo do ator e diretor de teatro José Celso Martinez Corrêa, conversou com o “Fantástico”, da TV Globo, neste domingo (9) e deu detalhes do incêndio que vitimou o artista. O dramaturgo morreu na última quinta-feira (6) aos 86 anos e Marcelo contou como a tragédia começou, e o que disse para o marido após o resgate. O viúvo de Zé Celso também falou sobre a relação com Nagô, o animal de estimação do casal que também estava no incêndio.

É uma dor imensa, inexplicável. A última imagem é dele pegando fogo, eu apagando com a mão“, contou Drummond. O programa mostrou imagens do incêndio, que começou na última terça-feira (4), enquanto Marcelo explicava como tudo aconteceu. Nas imagens, é possível perceber que em menos de um minuto, o corredor do prédio é tomado pela fumaça. “Eu acordei com uma explosão, um barulho enorme. Saí correndo do quarto, aí eu vi que tava enfumaçado. Eu fui na cozinha pra ver, falei: ‘Alguém esqueceu uma panela’. Aí eu vi que não era. Eu saí da cozinha e olhei dentro daquela coisa preta, aquela fumaça preta…“, detalhou. Assista:

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Ele explicou que Lurdinha, uma funcionária do casal, o ajudou a deixar o apartamento. “A Lurdinha, que trabalha lá em casa, me puxou pra fora, eu sentei na escada, aí veio alguém, eu falei: ‘Tem que tirar o Zé’. Tiraram o Zé, puxaram pro corredor, não sei quem. Eu deitei do lado dele, segurei nas duas mãos dele, e falei: ‘Tô aqui com você‘”, relembrou.

O Zé transbordava amor. Eu conheço o amor do Zé. Isso é o que mais me orgulha“, declarou o viúvo, que viveu quase 40 anos ao lado do artista. Quem também deu detalhes da tragédia foi Victor Rosa, que morava com o artista. “Eu acordei com Zé gritando socorro. Foi a primeira coisa que ouvi. Corri pra ver ele e quando eu vi ele já tava em pé com o andador. Aí eu peguei nele, me queimei. Queimei as duas mãos“, contou.

Reynaldo Gianecchini fala sobre o ator

A carreira do ator foi homenageada e relembrada por outros artistas. Para eles, a existência e liberdade de Celso eram política. “Quando ele se despia no teatro e colocava os atores pra se despirem, pra mim é muito uma metáfora, um símbolo do que ele quer dizer. É se despir na verdade de tudo, de todas as amarras. Quem é você? Tira as máscaras“, disse Reynaldo Gianecchini, que fez sua estreia ao lado do dramaturgo.

Eu sempre assisti às peças do Zé no teatro. Até que um dia eu subi num teste, tava começando a tatear nessa coisa de ator, e aí me deparo com o Zé. Eu lembro de ter ganho o papel, eu saí do teatro assim com a certeza absoluta de que era isso que eu queria fazer pro resto da minha vida“, relembrou Gianecchini. Veja:

Cachorro do casal

Nagô, o cãozinho de Marcelo e Zé, foi resgatado do apartamento e ficou internado. Kael Studart, ator e amigo do casal, está ajudando a cuidar do animal. “Ele ficou umas horas hospitalizado. Ele só ficou calmo quando viu todo mundo fora de casa também, só tava todo preto de fuligem. Ele pulou na ambulância, lambeu a cara de todo mundo… O Zé sempre mimou muito o Nagô“, contou. “Sempre que eu acordava ele tava na minha cama. Não exatamente na hora que eu dormia, mas quando acordava ele pulava na minha cama“, explicou Marcelo.

Em seguida, ele foi questionado sobre quais foram suas últimas palavras para Celso no velório e lembrou do cachorro. “Dei um beijo, peguei na mão, pedi que trouxessem o Nagô. Que o Nagô visse ele, porque o Nagô adorava o Zé. Qualquer coisa que eu brigasse com Nagô, ele corria pro pé do Zé e deitava“, contou. Assista à íntegra:

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