Nesta segunda-feira (26), a mídia norte-americana divulgou que o coreógrafo Wade Robson sofreu mais uma derrota nos tribunais, ao tentar processar as empresas que pertenciam a Michael Jackson. O homem, que acusa o cantor de abuso sexual, tentava responsabilizar a MJJ Productions e MJJ Ventures, colocando como argumento que os empreendimentos teriam sido um meio utilizado pelo astro para facilitar os supostos crimes.
Em 2013, Wade abriu o processo alegando ter sofrido os abusos sexuais do rei do pop durante 10 anos da sua infância, e incluiu as duas empresas no imbróglio judicial. O espólio de Michael Jackson, que controla os empreendimentos, contestou veementemente as acusações, e teve mais uma resposta a seu favor pelas mãos do juiz Mark A. Young, do Tribunal Superior do Condado de Los Angeles.
“Não há nenhuma evidência que apoie a alegação do autor de que os réus exerciam controle sobre Jackson. A evidência demonstra ainda que os réus não tinham capacidade legal para controlar Jackson, porque ele tinha propriedade total e completa dos réus corporativos. Sem controle, não há relação ou dever especial existente entre os réus e o requerente. Além disso, não há evidência de abuso por parte dos réus”, decidiu o magistrado.
Em 2017, o juiz Mitchell Beckloff já tinha rejeitado esse processo aberto por Wade Robson, após identificar que o suposto crime teria prescrito. Porém, no início do ano passado, Wade conseguiu fazer uma nova apelação, uma vez que a Califórnia promulgou uma lei estendendo o período em que as pessoas deveriam entrar com ações de agressão sexual contra terceiros de 26 para 40 anos.
O espólio de Michael Jackson foi representado no processo pelos advogados Howard Weitzman, que faleceu no início desse mês, e Jonathan Steinsapir. O segundo profissional enviou uma nota para o The Hollywood Reporter condenando as tentativas insistentes de Wade Robson, mesmo contabilizando alguns fracassos já.
“Wade Robson passou os últimos oito anos perseguindo reivindicações frívolas em diferentes processos contra o espólio de Michael Jackson e empresas associadas a ele. Robson recebeu quase três dezenas de depoimentos, investigou e apresentou centenas de milhares de documentos tentando provar suas reivindicações, mas um juiz mais de uma vez decidiu que elas não têm mérito algum, que nenhum julgamento é necessário e que seu último caso seja arquivado”, declarou.
O advogado de Wade Robson, por sua vez, também enviou um comunicado para a publicação, e demonstrou que seu cliente não pretende abandonar sua busca por Justiça. “Esta decisão do juiz Mark A. Young sofre das mesmas falhas fatais da decisão anterior do juiz Mitchell Beckloff, que pudemos anular no recurso. Por este motivo, iremos apelar ao Tribunal de Recurso e, se necessário, ao Supremo Tribunal”, afirmou.
Segundo ele, a derrota do coreógrafo nesse processo poderia ser um perigo no futuro para outras crianças que sofreram abusos sexuais. “Se permitida, a decisão abrirá um precedente perigoso que deixaria milhares de crianças que trabalham na indústria do entretenimento vulneráveis ao abuso sexual por pessoas em posições de poder. As crianças do nosso estado merecem proteção, e não vamos parar de lutar até garantir que todas as crianças estejam seguras”, finalizou.