De acordo com reportagem desta segunda (9), do The Hollywood Reporter, a saída de Johnny Depp de “Animais Fantásticos e Onde Habitam 3” foi motivada pela perda judicial sofrida pelo ator nos tribunais britânicos, e pegou a equipe do filme de surpresa. Além disso, o ex-intérprete de Grindelwald receberá o salário integral prometido pela Warner Bros., mesmo que só tenha filmado uma única cena – que nem entrará no corte final do longa, claro. Na última sexta (6), Depp havia comunicado sua saída da franquia por meio de sua conta no Instagram.
Um dia antes da decisão vir a público, a produção londrina foi notificada pelo estúdio de que Johnny Depp não faria mais parte do longa. Segundo fontes do THR, o chefe da Warner Bros., Toby Emmerich, estava aguardando a decisão do juiz Andrew Nicol no Reino Unido antes de definir o futuro do ator na franquia. Depp travava uma batalha jurídica com o The Sun, tablóide britânico que o chamou de “espancador de esposa” e perdeu. “As palavras são substancialmente verdadeiras”, explicou o magistrado na ocasião.
A decisão teria aberto uma brecha para piorar a opinião pública em torno do ator e consolidá-lo como um agressor. “A decisão do juiz facilitou para que outros jornais usassem representações semelhantes para se referir ao relacionamento conturbado de dois anos dele com a atriz Amber Heard, criando problemas de relações públicas para o estúdio”, afirmou o THR.
No entanto, ainda de acordo com o site, a Warner Bros. arcará com o cachê integral prometido a Depp, que só filmou uma cena desde o início da produção em 20 de setembro, em Londres. “Depp tinha um contrato de pay-or-play, que exige que ele seja totalmente compensado, quer o filme seja feito ou não, mesmo que seja substituído. Como é comum a estrelas de seu nível, não havia cláusula de moralidade”, disse a publicação, explicando que é por esse motivo que o ator não foi, tecnicamente, demitido, e sim convidado a renunciar ao papel do feiticeiro Gellert Grindelwald.
A Warner anunciou o adiamento da estreia do filme, de 2021 para o segundo semestre de 2022, e o papel passará por uma nova seleção.
Disputas sem fim
Além do processo perdido contra o jornal The Sun, Johnny Depp também move uma ação contra a ex-esposa, Amber Heard. Neste caso, ele pede uma indenização de US$ 50 milhões, cerca de R$ 287 milhões, por conta de um artigo escrito pela atriz para o The Washington Post em 2018, no qual ela se dizia sobrevivente da violência doméstica durante seu casamento com Depp. O julgamento acontecerá em maio de 2021.
Amber Heard também deu entrada em um processo contra o ex-marido. De acordo com um documento ao qual a revista People teve acesso, a artista pede US$ 100 milhões (cerca de R$ 537 milhões), acusando o ator de ter “orquestrado uma campanha falsa e difamatória” contra ela. Os advogados alegaram que Depp teria “iniciado, coordenado, supervisionado e/ou apoiado e amplificado” duas petições referentes ao nome da atriz no site change.org — uma delas solicitando sua demissão do elenco de “Aquaman”, e a outra pedindo que ela fosse removida do papel de porta-voz de uma marca de cosméticos.