Vixee! Festival de cinema de Cannes sem polêmicas não é a mesma coisa… O responsável da vez por protagonizar as manchetes com um filme controverso é o cineasta Abdellatif Kechiche, o mesmo que causou muito no evento seis anos atrás com o lançamento do longa “Azul é a cor mais quente”. Dessa vez, seu mais novo trabalho, “Mektoub, My Love: Intermezzo”, não agradou grande parte do público e vem dando o que falar na mídia…
A trama, uma continuação de “Mektoub, My Love: Uno Canto”, lançado em 2017, é baseada no romance escrito por François Bégaudeau, o “La Blessure, la vraie”, que fala sobre uma atração amorosa tórrida e complexa. Mesmo ciente das já tradicionais cenas de sexo explícito dos seus trabalhos, o público que foi prestigiar Abdellatif teria se sentido constrangido com a sequência filmada pelo diretor.
Segundo o Telegraphy, várias pessoas chegaram a se levantar e deixar a sala de cinema durante uma cena que mostra a protagonista interpretada pela atriz Ophélie Bau tendo relações sexuais com um homem dentro de um banheiro. O jornal relatou que a sequência é longa e gráfica, com diversos closes nas partes íntimas dos atores e no sexo oral feito pela artista.
A crítica especializada aponta que, embora as pessoas tenham se levantado durante a cena de sexo, não se sabe ao certo se elas foram motivadas por pudor, falta de sensibilidade ou então pelo tédio com o filme que tem quatro horas de duração. Robbie Collin, crítico de cinema do Telegraph deu apenas uma estrela para a segunda parte de “Mektoub, My Love”.
Nas redes sociais e análises especializadas, alguns cinéfilos se manifestaram sobre o filme e relataram o incômodo com os closes íntimos nas nádegas das mulheres da produção considerando uma grande “viagem pela bunda”. O crítico de cinema, Joshua Rothkopf, comparou o longa ao reality show “Jersey Shore”, da MTV norte-americana. “MEKTOUB, MY LOVE é o JERSEY SHORE de Kechiche: cenas infindáveis de flerte e dança em bares. A câmera é um pescador constante“, escreveu.
MEKTOUB, MY LOVE is Kechiche's JERSEY SHORE: endless vapid scenes of flirting and dancing in bars. Camera is a constant tush ogler. #venezia
— Joshua Rothkopf (@joshrothkopf) September 7, 2017
O internauta Stephen Miller fez um registro da sala de cinema ao fim da sessão com diversos lugares vagos e relatou: “Eu presenciei o pior filme em competição e seu nome é MEKTOUB. Lixo desprezível e masculino. Aqui está o restante da equipe esqueleto que não saiu (do cinema)“.
I’ve witnessed the worst film in competition by miles, and its name is MEKTOUB. Like Louis CK’s leaked standup, Kechiche takes every valid complaint lobbed at BitWC and quadruples down: contemptible, male gazing garbage. Here’s the skeleton crew that didn’t walk out. #Cannes2019 pic.twitter.com/jQ43BwxLQ7
— Stephen David Miller (@sdavidmiller) May 23, 2019
Já David Ehrlich, crítico do IndieWire foi categórico em seu comentário. “MEKTOUB MY LOVE: INTERMEZZO: o diretor de ‘Azul é a cor mais quente’ fez um filme de 4 horas sobre bundas. É a mesma duração que ‘Lawrence of Arabia’, e literalmente 60% do filme é close-ups de bundas. Eu tive um leve surto psicótico em um ponto“, disse. Eita!
https://twitter.com/davidehrlich/status/1131709767876001793