Totalmente elogiada! O jornal norte-americano The New York Times publicou sua crítica ao filme “Ainda Estou Aqui” nesta quinta-feira (16), e rasgou elogios ao longa e à performance de Fernanda Torres.
O veículo, através da jornalista e crítica cinematográfica Alissa Wilkinson, elegeu a produção de Walter Salles como um dos melhores filmes sobre memória da América Latina. Ela definiu o longa como “habilidosamente construído e ricamente filmado”. Alissa ainda escreveu que se impressionou com a atuação de Fernanda Torres e falou sobre o desempenho da atriz
“Em sua performance — que lhe rendeu um Globo de Ouro e está visando uma indicação ao Oscar — Torres atordoa. Proteger seus filhos significa abraçar a alegria no meio do medo, a esperança no meio da dor. Torres sobrepõe sua performance com todas essas emoções, e seus olhos, cheios de busca, são magnéticos“, afirmou.
A jornalista também destaca a relevância do filme ao abordar os impactos devastadores que as ditaduras podem causar na sociedade e faz um importante recorte histórico sobre a falta de punição aos militares no Brasil, traçando um paralelo com a recente polêmica envolvendo o ex-presidente Jair Bolsonaro.
“Mas este não é apenas um filme sobre uma mulher forte, embora certamente seja isso. Também trata do que os regimes autoritários fazem para manter as pessoas na linha, a tática totalitária de fazer as pessoas duvidarem do que sabem que viram, insistindo em mentiras descaradas“, escreveu Wilkison.

“Alguns notaram que o filme impacta fortemente em um país que — ao contrário do Chile e da Argentina — nunca perseguiu oficialmente a responsabilização pelo papel militar na tortura e assassinato de cidadãos durante a ditadura. O filme também foi lançado justamente quando surgiram detalhes sobre um golpe planejado para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro, que defendia a ditadura militar, no poder após perder a eleição de 2022“, opinou em outro trecho.
Alissa afirma que, por todos esses motivos, a popularidade de “Ainda Estou Aqui” no Brasil “não é um mistério” — o filme atraiu mais de 3,4 milhões de pessoas aos cinemas, tornando-se o longa mais rentável do país desde a pandemia de Covid-19.

Por fim, a jornalista destaca que a produção “nos alerta a desconfiar de quem tenta apagar ou reescrever o passado” e enfatiza a importância de preservar as memórias.
“Ao longo da história, Salles mostra repetidamente a família tirando fotografias e filmando em Super 8 para preservar suas memórias. O diretor disse que os filmes são ‘instrumentos contra o esquecimento’ e que acredita que ‘o cinema reconstrói a memória’. Com ‘Ainda Estou Aqui’, ele visa garantir que ninguém se esqueça“, finalizou.
O filme estreia nesta sexta-feira (17) nos cinemas dos Estados Unidos e está sendo considerado um forte candidato a uma indicação ao Oscar 2025. “Ainda Estou Aqui” concorreu ao Globo de Ouro e também está entre os indicados ao BAFTA.
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