[ALERTA DE SPOILER: O texto abaixo contém detalhes sobre a trama e participações especiais de “Deadpool & Wolverine”.]
Que “Deadpool & Wolverine” é um sucesso de bilheteira, isso é inegável: o longa, que marca o retorno de Hugh Jackman ao papel do Garras de Aço, já arrecadou quase 1 bilhão de dólares nos cinemas e virou tema de muitos memes e discussões na web! Em conversa com a Indiewire, os co-roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick revelaram segredos de bastidores – incluindo detalhes sobre a negociação para o retorno de Chris Evans como Johnny Storm e quem recusou integrar o elenco. Vem descobrir tudo!
Na semana passada, um retorno inesperado abalou as estruturas da web: o de Robert Downey Jr. ao Universo Cinematográfico Marvel (MCU). O ator, conhecido por viver o (já falecido) Tony Stark, foi anunciado como o novo vilão da Marvel, Doutor Destino, durante a San Diego Comic-Con. A ideia era que Robert também estivesse ao lado de Deadpool na nova empreitada.
No entanto, segundo Reese e Wernick, apesar dessa volta chocante, os planos para a participação de Downey nunca se concretizaram. Assim, os roteiristas tiveram que optar pela participação de alguém (quase) tão icônico quanto Tony: seu fiel escudeiro, Happy Hogan (Jon Favreau).
“Queríamos que ele [Robert] fizesse uma participação especial. Tínhamos escrito aquela cena [para começar] com Happy e Downey. Ryan Reynolds leu a cena com os dois, na esperança de conseguirmos Downey. Mas ele também queria Favreau, porque eles formam uma ótima combinação e estavam todos juntos na cena”, contou Reese.
Robert chegou a dar esperanças para a equipe, pois leu o roteiro junto com Ryan Reynolds, revelou Wernick: “Nos bastidores, não sabíamos sobre o Doutor Destino. E não havia como ele fazer as duas coisas. E então dissemos: ‘Downey não diria ‘não’ para Ryan Reynolds, não é? Ninguém diz não para Ryan Reynolds’. E Ryan fez uma pressão. Escrevemos cenas e Downey leu as cenas, mas o que não sabíamos nos bastidores era essa coisa de Doutor Destino”. Infelizmente, devido ao novo papel, a ideia nunca avançou.
Ainda assim, Reese compartilhou detalhes da cena que nunca aconteceu: “Foi uma versão do que você viu no sentido de que ele [Downey, como Tony Stark] rejeitou Wade [Reynolds, como Deadpool]. Ele apenas disse que não jogava em equipe ou algo assim e questionou suas habilidades como jogador de equipe. Então, na verdade, foi bem próximo da cena que você viu. Só tinha dois caras em vez de um”.
“E então Jon [Favreau] estava, graciosamente, conectado a isso desde o início. Funcionou muito bem. Quero dizer, olha, adoraríamos ter Downey. Mas, ao mesmo tempo, acho que a Marvel tinha esse ás na manga, que é que ele está prestes a voltar com um personagem diferente. Então, fazer com que ele seja Tony Stark? Sabendo que o Doutor Destino estava vindo logo atrás disso? Simplesmente não fazia sentido”, continuou.
Wernick acrescentou, ainda, que a ideia de ter todos os Vingadores na cena também chegou a ser cogitada: “Não contamos isso a ninguém, mas havia uma versão daquela cena muito, muito cedo, que não foi escrita, mas foi concebida, que tinha todos os Vingadores na sala. E Wade foi rejeitado e então rejeitou todos os Vingadores de uma maneira que só Deadpool poderia fazer”.
“Isso é um furo, mas ele ficaria bravo e basicamente atacaria cada um deles de uma forma cruel. Ele definitivamente tentaria pegar o martelo de Thor. Nós tínhamos isso lá”, entregou Reese.
Chris Evans
Cinco anos depois de se despedir do Capitão América, Chris Evans surgiu de surpresa em “Deadpool & Wolverine”, para o surto geral dos fãs da Marvel. Na trama, ele reprisou o papel de Johnny Storm, o Tocha Humana, personagem que interpretou em “Quarteto Fantástico” (2005) e “Quarteto Fantástico e o Surfista Prateado” (2007).
Segundo a Indiewire, a ideia para a participação do ator se arrastava desde o primeiro longa do anti-herói, mas só se concretizou oficialmente na terceira tentativa. Os roteiristas chegaram até mesmo a “esquecer” o desejo de incluir o personagem.
“É interessante. Aquela parte de Johnny Storm existia antes de termos encerrado a história. Isso estava no quadro como uma cena que queríamos colocar no filme de alguma forma ou estilo, com qualquer história que faríamos. Foi aquele em que lançamos e todos disseram: “Isso vai entrar no filme. Não sei o que é o filme, mas isso vai estar no filme”, revelou Wernick.
Johnny foi usado como uma forma de confundir o público, já que o intuito dos roteiristas era que todos pensassem que se tratava, na verdade, da versão nômade do Capitão América.
“Há aquele momento em que o Capitão América – ou, bem, quem você pensa que é o Capitão América mas é na verdade Johnny Storm – acho que ele lança um f*da-se. Ele xinga, e Deadpool meio que fica parado por um segundo. Ele olha para ele como: “O quê?”. É a primeira pista de que pode não ser o Capitão América de queixo quadrado com o qual estamos acostumados. Poderia ter sido um Capitão América diferente ou, neste caso, acabou sendo Johnny Storm. Mas essa foi a primeira pista de que talvez não seja o Capitão da linha do tempo sagrada que aprendemos a conhecer e amar”, explicou Reese.
Por fim, quando questionados sobre quais personagens do Universo Fox eles queriam mas não conseguiram, a dupla destacou apenas um: “O Demolidor”, confessou Wernick. “Queríamos pegar Ben [Affleck]. Porém, nunca perguntamos a Ben”, disse Reese. “Em algum momento, Ben estava na lista”, pontuou.
Reese acrescentou: “Ele estava na lista, mas acho que isso nunca apareceu nas páginas do roteiro ou realmente foi perguntado a ele. Uma das grandes alegrias de ‘Deadpool’é o fato de que, com seu sucesso, ficou cada vez mais fácil atrair outras pessoas para o filme. Quero dizer, Ryan geralmente tem os nomes dessas pessoas em seu Rolodex [dispositivo de cartão usado nos anos 1990]. Não como se o Rolodex existisse mais, mas sim sua lista de contatos (…) Downey foi o único ‘não’ que já recebemos, eu acho, em termos de pessoas apenas dizendo: ‘Ei, eu não quero fazer isso'”.