O diretor de “Vermelho, Branco e Sangue Azul” admitiu que ficou surpreso pelo filme receber a classificação R, que no Brasil corresponde a uma produção não indicada para menores de 16 anos. Nesta segunda-feira (1), Matthew López conversou com a People e questionou o selo indicativo que a produção recebeu, pontuando que a obra é um “conto de fadas“. O diretor também contou o que resolveu acrescentar no roteiro após a classificação ser definida.
Quando a adaptação protagonizada por Taylor Zakhar Perez e Nicholas Galitzine, foi rotulada pelo Motion Picture Association (MPA), a associação citou “algum conteúdo sexual, nudez parcial e linguagem“. “Acho que fiquei um pouco surpreso com a classificação R apenas porque, embora nunca tenha sido encorajado a limitar o que estávamos mostrando ou limitando o que estava representando, a cena é o que pretendia mostrar. Ela é exatamente como eu queria“, explicou sobre uma cena de sexo entre os dois protagonistas.
“Mas eu questiono se fosse um homem e uma mulher, se a classificação ainda seria R“, continuou. “Eu também questiono geralmente a preferência da MPA por violência do que sexualidade, ao que parece. Acho que se tivesse uma cena de violência entre eles, eu poderia ter mantido uma classificação PG-13 (quando os pais são advertidos que algum material pode ser impróprio para crianças menores de 13 anos), mas porque eles estão fazendo sexo e são dois homens, a classificação é R“, declarou López.
O diretor ressaltou que foi capaz de fazer o filme que queria, sem ser pressionado a manter o conteúdo na classificação PG-13, mas não queria deixar de contar a história de Alex e Henry. “É o filme que me propus a fazer“, enfatizou. “Contratualmente, eu tinha a possibilidade de entregar uma classificação R. Não havia limitações. Não tinha que fazer um filme para maiores de 13 anos“, revelou.
Ele trabalhou para equilibrar as coisas, mantendo acessível para o público queer e sendo capaz de contar a história dos personagens. “Eu decidi proteger minhas apostas, no sentido de não pisar na linha do PG-13 para o R quando se trata de linguagem. Mas faria o que achasse que era certo para a história no que diz respeito à sexualidade do filme“, acrescentou. “Eu queria ter certeza de que o filme seria o mais acessível possível para o maior número de pessoas. Não queria limitar quem seria o público, mas também não queria limitar minha capacidade de contar a história em do jeito que eu queria contar“, continuou.
Assim que recebeu o selo da associação, Matthew disse que acrescentou alguns palavrões no roteiro. “O engraçado é que assim que percebi que seríamos classificados como R, voltei e coloquei mais alguns ‘f*da-se’ no filme. Imaginei: ‘Por que não agora?‘”, contou.
López, que escreveu a adaptação ao lado de Ted Malawer, disse que o filme é um “maravilhoso conto de fadas” para o público queer, que normalmente não recebe holofotes. “Isso me fez entender como o público queer não consegue participar de contos de fadas com muita frequência“, refletiu. “É interessante, porque parece que o público queer é um dos principais consumidores dessas histórias, mas ainda não tínhamos muitas“, pontuou.
O longa é uma adaptação do romance LGBTQIA+ homônimo escrito por Casey McQuiston. A trama une dois jovens de mundos opostos, mas que têm muito em comum: o filho da presidente dos Estados Unidos, Alex Claremont-Diaz (Perez), e o príncipe da Grã-Bretanha, Henry (Galitzine). Apesar das personalidades diferentes, os dois precisam seguir as ordens impostas pelas suas respectivas famílias e manter a diplomacia.
O elenco de “Vermelho, Branco e Sangue Azul” ainda é formado por Uma Thurman, como a presidente dos EUA, Clifton Collins Jr., Sarah Shahi, Rachel Hilson, Stephen Fry, Ellie Bamber, Thomas Flynn, Malcolm Atobrah e Akshay Khanna. O filme chega ao catálogo do Prime Video no dia 11 de agosto. Assista ao trailer: