Vixe! Após Scarlett Johansson mover um processo contra o grupo The Walt Disney Company nesta quinta-feira (29), um porta-voz da empresa se manifestou, dizendo que a ação “não tem mérito” e que a atriz teria recebido mais do que foi combinado anteriormente. Johansson alegou que houve uma quebra de contrato no lançamento do longa “Viúva Negra” – que chegou ao mesmo tempo nos cinemas e no Disney+, o que teria diminuído o seu cachê como protagonista.
“Não há qualquer mérito neste processo. O processo é especialmente triste e angustiante em seu desrespeito cruel pelos terríveis e prolongados efeitos globais da pandemia da Covid-19. A Disney cumpriu integralmente o contrato da Sra. Johansson e, além disso, a liberação de ‘Viúva Negra’ na Disney+ com Premier Access aumentou significativamente a sua capacidade de ganhar uma compensação adicional, para além dos US$ 20 milhões (pouco mais de R$100 milhões) que recebeu até a data”, disse o representante à revista Variety.
Com o lançamento de “Viúva Negra” no Disney+, o longa tornou-se o primeiro blockbuster do streaming e a maior estreia dos tempos de pandemia, chegando a uma arrecadação mundial de US$ 215 milhões (cerca de R$ 1,08 bilhão) apenas no primeiro final de semana. Porém, já na semana seguinte, o filme registrou a maior queda de bilheteria da história da Marvel Studios. Filmes como “Mulan“, “Raya e o Último Dragão” e “Cruella“, seguiram o mesmo modelo de lançamento.
Entenda o caso
Segundo a ação judicial movida pela atriz, Scarlett conseguiu “uma promessa da Marvel” de que a estreia de “Viúva Negra” seria voltada aos cinemas. Isso porque a remuneração da protagonista seria “em grande parte, baseada nas receitas de bilheteria” do filme. Contudo, não foi o que aconteceu… Após essa condução do público ao streaming, o processo alega que a Disney quis apenas aumentar seu número de assinantes e valorizar o preço de suas ações na bolsa.
O time de Johansson ainda apontou que, em decorrência dos incentivos ao streaming, executivos da Disney teriam faturado milhões de dólares a mais no ano passado. “A divulgação dos resultados financeiros da Disney deixa claro que cada um dos executivos que orquestraram essa estratégia se beneficiará pessoalmente de sua má conduta e da má conduta da Disney”, argumentou o texto.
O processo cita os rendimentos do atual CEO da Disney, Bob Chapek, e de Bob Iger, o presidente executivo. Iger, inclusive, teria recebido a “esmagadora maioria” de sua remuneração anual (de US$ 16,5 milhões, ou cerca de R$ 83 milhões) em ações da empresa. “Em suma, a mensagem da alta chefia foi clara: aumente os assinantes do Disney+, não importa as promessas de contrato, e você será recompensado”, resume a ação judicial.
O advogado de Scarlett, John Berlinski, também emitiu um comunicado tratando do assunto. “Não é segredo que a Disney está lançando filmes como ‘Viúva Negra’ diretamente no Disney+ para aumentar seus assinantes e assim turbinar o preço das ações da empresa – e isso está escondido por trás do pretexto da Covid-19 para fazer isso”, disse a nota.
“Mas ignorar os contratos de artistas responsáveis pelo sucesso desses filmes, em apoio dessa estratégia míope, viola os direitos deles, e estamos ansiosos para provar isso no tribunal. Esse certamente não será o último caso em que talentos de Hollywood se levantam contra a Disney e deixam claro que, não importa o que a empresa possa fingir, ela tem uma obrigação legal de honrar seus contratos”, concluiu Berlinski. Pelo visto, Scarlett está mesmo disposta a comprar essa briga com a gigante do entretenimento…