Viola Davis rebate “boicote” ao filme “A Mulher Rei”, após críticas ao retrato da escravidão no longa; entenda

A estrela e a diretora do filme se manifestaram após as queixas que surgiram nas redes sociais

Viola Davis A Mulher Rei

Pouco após sua estreia, o filme “A Mulher Rei” tem causado polêmica. A produção tem sido alvo de um “boicote”, em meio a críticas por parte do público. Diante da situação, a protagonista, Viola Davis, falou sobre o assunto. Em entrevista à Variety nesta semana, a atriz rebateu as falas e destacou como, no fim das contas, o longa é uma obra de ficção.

O boicote

“A Mulher Rei” é inspirado em acontecimentos históricos que ocorreram entre os séculos XVII e XIX. A trama traz a história das Agojie – um exército de mulheres guerreiras que protegiam o reino africano de Daomé (ou Dahomey, em inglês). Contudo, as críticas surgiram diante das alegações de que o filme teria minimizado o papel daquele povo no tráfico de escravos. Para alguns, o longa não teria trazido informações suficientes sobre o que acontecia na época, quando pessoas eram sequestradas e vendidas por reinos como Daomé e o Império de Oió.

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“A Mulher Rei” traz um grupo de mulheres guerreiras que defendiam seu povo no reino africano Daomé. (Foto: Reprodução)

Entretanto, essa situação não passou batido no longa. Logo no começo, Nanisca (Viola Davis) repreende o rei por permitir que seu próprio povo e outros africanos se envolvam nesse negócio. Ao longo da narrativa, a protagonista faz uma série de críticas a esse tráfico humano, e luta para libertar pessoas que seriam enviadas ao chamado “Novo Mundo” para serem escravas.

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Em um artigo à CNN, a professora doutora Nsenga K. Burton, jornalista e crítica cultural, pontuou como outros clássicos do cinema – como “E o vento levou…” e “O Nascimento de uma Nação” – não receberam as mesmas queixas que “A Mulher Rei”, apesar de também não representarem fielmente essa questão da escravidão. “Eu suspeito que muito do criticismo e a maior parte dos esforços para suprimir esse filme sejam realmente sobre o retrato de poderosas mulheres negras guerreiras lutando e vencendo batalhas, numa Hollywood que ainda é predominantemente branca e masculina”, declarou.

Viola Davis rebate críticas

Durante uma entrevista com a Variety, Viola Davis foi questionada sobre essa situação e deu sua opinião sobre o “boicote”. “Em primeiro lugar, eu concordo com as falas de Gina Prince-Bythewood [diretora do filme] que você nunca ganhará uma discussão no Twitter”, pontuou ela, sobre a origem das queixas nas redes sociais. “Nós entramos numa história em que o reino estava em um fluxo, em uma encruzilhada”, acrescentou.

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A estrela ainda defendeu como, apesar de ser inspirado em fatos reais, o filme é uma obra de ficção. “Eles buscavam uma maneira de manter sua civilização e seu reino vivos. Não foi até o fim dos anos 1800 que eles foram dizimados. A maior parte da história é ficcional. Tem que ser”, argumentou Viola.

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Viola Davis e a diretora de “A Mulher Rei” defenderam como a obra de ficção não é omissa sobre o papel do reino retratado na escravidão. (Foto: Reprodução/YouTube)

A diretora, por sua vez, ressaltou como não deixaram de lado o papel do reino Daomé na escravidão. “Eu sei que tudo isso [os argumentos] vão desaparecer uma vez que eles assistirem ao filme. Há uma suposição de que nós não lidamos com isso, mas nós estamos lidando com isso. Então, eu tenho que viver com essa confiança. Eles verão o filme e eles verão isso”, disse Gina Prince-Bythewood.

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Em sua passagem ao Brasil, Viola Davis também contou tudo de “A Mulher Rei” para Hugo Gloss. A estrela revelou detalhes de sua brutal preparação física para o longa, bem como o processo para dar vida à personagem, que envolveu muitas orações. Viola, que também atuou como produtora, recordou como veio o convite para o papel anos atrás, e ainda recebeu um presente muito especial.

Assista ao papo incrível na íntegra abaixo:

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