Alok atualiza situação do pai, Juarez Petrillo, após ataques em rave em Israel

O festival de música eletrônica foi criado pro DJ Swarup, pai de Alok, nos anos 2000

A rave “Supernova edição Universo Paralello”, que acontecia no sábado (7), na região Sul de Israel, foi interrompida pelo grupo extremista Hamas e teve mais de 260 pessoas mortas, segundo as autoridades israelenses.

Com origem brasileira, o “Universo Parelello” foi criado pelo DJ Swarup, pai do DJ Alok, nos anos 2000. Juarez Petrillo iria se apresentar no evento e chegou a filmar o momento em que o ataque começou. As imagens mostram a fumaça no céu e as pessoas se movimentando para saírem rapidamente do local. “Surreal! Já estava no palco para tocar. Espiritual demais! Foi a primeira vez que aconteceu isso, nunca uma festa parou assim! Sei nem o que fazer dizer. Helicópteros! Explosões. Acabou a luz elétrica! Bizarro! Guerra! Muito triste”, escreveu.

Juarez falou sobre o ataque nas redes sociais. (Foto: Reprodução/ Instagram)

Ainda ontem (8), Alok atualizou o público sobre a localização do pai. Segundo o DJ, Juarez estava em um bunker aguardando instruções para sair do país. Até o momento, nenhum membro da família falou sobre novos desdobramentos. “Em relação ao meu pai, ele está seguro em um bunker aguardando instruções para retornar ao Brasil. As minhas orações vão para as pessoas da região que são vítimas desta guerra cruel, bem como para as famílias que sofrem neste momento. Que tristeza!”, disse.

Alok também esclareceu que não foi o pai que organizou o festival em Israel. “Meu pai foi contratado para se apresentar em um evento que licenciou os direitos de uso do nome do festival, como já aconteceu em vários outros países. A produtora israelense licenciou o uso da marca e organizou o evento de forma independente, tendo meu pai como uma das atrações. Historicamente, eventos acontecem na região e, no dia anterior, houve outro festival no mesmo local”, concluiu. Leia a íntegra:

Três brasileiros continuam desaparecidos e um foi hospitalizado após os ataques do grupo Hamas contra Israel – que já deixaram mais de mil mortos e 4.500 feridos. De acordo com o Ministério das Relações Exteriores do Brasil, os desaparecidos possuem dupla nacionalidade. Os nomes não foram divulgados oficialmente pelo governo brasileiro, mas a identidade de dois deles foi revelada pela Embaixada de Israel no Brasil. O gaúcho Ranier Glazer e a carioca Bruna Valeanu participavam da festa.

Atleta brasileiro chora e dá depoimento forte de massacre em rave em Israel

Neste domingo (8), o brasileiro Nathan Obadia detalhou os momentos de tensão vividos durante o ataque do Hamas a Israel. Ele estava com amigos no festival “Supernova edição Universo Paralello”, que acontecia a poucos metros da fronteira com a Palestina e a Faixa de Gaza. Segundo o relato, o carro em que ele estava foi atingido por cerca de 300 disparos.

Nathan contou que o público foi alertado sobre o ataque pela manhã, através de sirenes. Algum tempo depois, todos foram avisados do cancelamento imediato do festival. Ao tentarem deixar o local, ele e os colegas desviaram o caminho para encontrar um atalho, mas foram surpreendidos com a presença de integrantes do Hamas.

“A gente estava indo para Tel Aviv, mas tinha terrorista [no caminho]. Fizemos a volta para retornar na direção da festa, mas um trânsito se formou e o moleque que estava dirigindo, o Fusco (amigo de Nathan) pegou a direita e falou: ‘Vamos fugir desse trânsito’. Era tudo mato e entramos num campo aberto. Só tinha nosso carro no meio. Na hora, os caras (terroristas) começaram a ‘largar bala’ em cima da gente. Foi tiro pra caramba”, lembrou.

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O brasileiro foi atingido por estilhaços de vidro do carro – o veículo, porém, acabou servindo de escudo. “Foi um inferno, uns 15, 20 minutos de uns 300 tiros em cima da gente. Não dá para saber exatamente, mas foi muito tiro. E a festa rolando, outras pessoas passando tentando fugir e tomando tiro no carro também. Teve até tiro de bazuca. Num primeiro momento, não pegou nenhum na gente. Aí falei: ‘Acelera e vamos sair’. Então bateu um tiro no carro. No segundo, estilhaços me atingiram”, relatou.

Nathan explicou que o grupo só conseguiu deixar o local quando soldados israelenses chegaram para ajudar e entraram em confronto direto com os terroristas. “Eles se meteram no meio da confusão e começaram a trocar tiros com os caras. Os soldados também começaram a tomar tiro e falaram para a gente: ‘Corram agora se não vocês vão morrer’. Aí comecei a correr… Tinha meio que um barranquinho atrás da gente. Eu mantive o carro de escudo e me joguei de cabeça no barranco. Pensei: ‘Ou do outro lado tem mais árabe ou tem exército. Seja o que Deus quiser'”, declarou o jogador de futevôlei, com lágrimas nos olhos.

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Após a fuga, ele e os amigos se esconderam em um bunker até serem resgatados e todos sobreviveram. Segundo Nathan, um dos militares que o ajudou também foi acolhido na estrutura fortificada, mas estava muito ferido quando foi resgatado. “Fizemos de tudo para ajudar ele até a chegada de um carro do exército que o levou. Espero muito que ele tenha conseguido sobreviver”, desabafou, ainda chorando.

“Ninguém imaginava que ia ser em Gaza. Mas Gaza estava ‘quieta’. Já rolaram outras festas lá e não deu em nada. Dessa vez, os caras arrebentaram a cerca e entraram metralhando pessoas. A festa era a 500 metros da fronteira que foi invadida. Entraram mil árabes, meu irmão. E aquele soldado que nos ajudou ficou lá sozinho, ‘trocando’ [tiros] com uma porrada de caras”, continuou.

Assista ao relato completo:

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